Este instituto de investigação em saúde pública, tutelado pelo Governo espanhol, monitoriza em permanência o excesso de mortalidade em Espanha, estimando as mortes que se podem ser atribuídas às temperaturas elevadas, um sistema conhecido como Momo.
Para o mês de julho de 2002, o instituto estima um excesso de mortalidade de 2.124 mortes que podem ser atribuídas às altas temperaturas e este é o número mais alto registado na base de dados disponível do sistema Momo, que vai até janeiro de 2015.
Até agora, o valor mais alto remontava precisamente a 2015 e também ao mês de julho, quando 1.797 mortes foram atribuídas ao calor naquele mês.
Em julho de 2019, as mortes atribuídas ao calor em Espanha voltaram a ser superiores a mil (1.087).
No ano passado, em julho, foram atribuídas 568 mortes ao calor em Espanha.
Desde meados de junho que Espanha vive sucessivos períodos de temperaturas consideradas extremas e com pelo menos duas ondas de calor.
O mês de agosto começou hoje com novas subidas das temperaturas que, segundo as autoridades espanholas, vão atingir valores máximos de entre 5 e 10 graus superiores aos considerados normais durante a semana.
“É possível que desde domingo, 31 de julho, até pelo menos quarta-feira, 3, e quinta-feira, 4 de agosto, se superem os patamares de intensidade, persistência e extensão necessários para poder catalogar este episódio de altas temperaturas como onda de calor, que seria a terceira deste verão”, disse o porta-voz da Agência Estatal de Meteorologia (Aemet), Rubén del Campo, citado pela agência de notícias EFE.
No domingo, as temperaturas máximas já superaram os 40 graus em diversas regiões de Espanha, sobretudo, no interior e sul do país, onde durante a madrugada as mínimas se mantiveram perto dos 30 graus.
O calor de junho e julho provocou também em Espanha uma onda de incêndios que causou a maior área ardida dentro da União Europeia em 2022 e o maior fogo no país desde que há registos, segundo dados provisórios.
Já arderam este ano em Espanha 222.800 hectares, o que corresponde a 38,5% do total da área queimada este ano por incêndios dentro da União Europeia (578.956 hectares), segundo dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS, na sigla em inglês), que se baseia em imagens de satélite para fazer estimativas.
Os maiores fogos deste ano em Espanha ocorreram na região de Castela e Leão, que faz fronteira com Portugal nos distritos de Bragança e Guarda.
Se se confirmarem dados cálculos provisórios do governo regional de Castela e Leão, feitos igualmente com base em imagens satélite do sistema europeu Copernicus (as mesmas usadas pelo EFFIS), Espanha enfrentou este mês de julho, na província de Zamora o maior incêndio de que há registo na história do país, que queimou 36.000 hectares e no qual morreram duas pessoas.
Os registos nacionais espanhois, que remontam a 1968, dizem que o pior ano de incêndios em Espanha foi o de 1985, quando arderam 484.475 hectares.
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