A greve de zelo visa protestar contra a falta de diálogo do Ministério da Saúde com estas estruturas sindicais que acusam a tutela de não dar seguimento às suas reivindicações, nomeadamente em matéria de horários de trabalho, categorias e vencimentos.
Estes profissionais estão contra a existência de enfermeiros que, trabalhando o mesmo, têm vencimentos diferentes, e contra a inexistência de categorias na carreira.
A greve de zelo consiste no exercício das funções, mas sem pressa para assegurar mais assistência a mais doentes.
Segundo José Azevedo, presidente do Sindicato dos Enfermeiros (SE) que, conjuntamente com o Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem (SIPE) formam a FENSE, esta atitude dos profissionais que aderirem ao protesto irá ter repercussões no atendimento em ambulatório e nos blocos cirúrgicos.
“Na prática, só acabaremos de cuidar de um doente quando este tiver recebido todos os cuidados, independentemente do tempo que demorar. Não vamos andar a correr”, explicou.
No seguimento do anúncio desta greve, a Ordem dos Enfermeiros manifestou “todo o apoio” ao protesto.
A bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, justificou a posição com o facto de terem sido “esgotadas todas as ações de diálogo com o Ministério da Saúde”, observando que, apesar de o Serviço Nacional de Saúde (SNS) ser atualmente “pele e osso”, continua-se a despedir enfermeiros nos hospitais.
“Despedem-se enfermeiros nos hospitais, os administradores alegam que não têm autonomia e o ministro (da Saúde) diz que não tem autorização das Finanças”, disse a bastonária, afirmando que é altura de o Governo decidir se quer “salvar os bancos ou salvar o Serviço Nacional de Saúde”.
Segundo Ana Rita Cavaco, além do despedimento de enfermeiros, há serviços que foram encerrados por falta destes profissionais.
A bastonária considerou que todos os sindicatos deviam estar “juntos” no protesto que se inicia hoje, porque esta “devia ser uma greve histórica da enfermagem”.
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