A campanha nacional do PSD arrancou hoje oficialmente com uma visita ao Hospital Garcia de Horta, em Almada, distrito de Setúbal.
No final, o líder social-democrata fez um retrato do que está previsto para os próximos dias, apontando que o objetivo "para o PSD é conseguir explicar às pessoas que é absolutamente fundamental votar e não ficar em casa, porque se as pessoas ficarem em casa estão a dar a decisão aos outros e não estão a participar numa decisão e, portanto, depois não se podem queixar".
"Nesse sentido, aquilo que é a minha postura, e a nossa postura, é tentar convencer as pessoas que vale a pena votar no PSD e não ficar em casa, em nome de um futuro diferente para Portugal", sustentou mas ressalvando que "não é um futuro muito diferente".
"Nós não estamos aqui a falar de um processo revolucionário, mas estamos a falar de um processo reformista, e há muitos aspetos da nossa sociedade que necessitam de reformas profundas para que as pessoas possam viver melhor, a começar pela saúde", vincou Rio.
O presidente do PSD reiterou que "aqueles jantares-comício, aquela coisa que faz mal ao colesterol e a muitas outras coisas" vai ser "largamente eliminada".
"Vamos manter aquilo que é o contacto com as pessoas, as declarações ao longo da campanha para que se possa avaliar as nossas propostas, mas vamos ter muito menos ações daquelas em que se juntam muitas pessoas. A maior parte das quais já votam no partido de qualquer maneira, e que são de utilidade reduzida", considerou.
A volta nacional do partido arrancou centrada na temática da saúde, porque, na opinião de Rui Rio, este assunto “é o que toca mais de perto os portugueses” e tem "muita, muita, muita importância", o que justifica esta "visibilidade simbolicamente no primeiro dia de campanha oficial".
Fazendo uma avaliação dos últimos quatro anos de governação socialista, o líder do PSD referiu que “naturalmente que há muita coisa a corrigir e muita coisa negativa” e sustentou que a degradação a que se tem assistido no Serviço Nacional de Saúde (SNS) é "particularmente preocupante". Por isso, o diagnóstico que faz "é mau, é muito mau" e o principal problema que encontrou foi a falta de pessoal.
"Resolver os problemas naturalmente não é fácil mas há algumas coisas que se podem facilmente corrigir e melhorar", afirmou, notando que o ano está quase a terminar e "ainda não saiu o relatório e contas do Serviço Nacional de Saúde".
O também candidato pelo Porto suspeita que o documento "não vai sair antes de 06 de outubro, apesar de reportar a 2018", e antecipa que "os números estão ainda pior" do que é possível imaginar.
Questionado se o PSD tem responsabilidade quanto ao estado atual do SNS, Rui Rio assinalou que a 06 de outubro não se "vai julgar aquilo que aconteceu desde 25 de abril de 1974 até hoje", mas sim "aquilo que aconteceu nos últimos quatro anos".
Apesar de reconhecer que o "PS herdou seguramente problemas", advogou que o SNS "em 2019 está pior do que aquilo que estava em 2015, independentemente de em 2015 já ter problemas".
"Se nós ganharmos as eleições e governarmos o país, quatro anos depois estará melhor mas não estarão os problemas todos resolvidos", acrescentou, antecipando como primeira medida uma mexida nos "critérios de gestão".
Na ocasião, o presidente do PSD foi confrontado também com uma notícia publicada hoje pelo Diário de Notícias, segundo a qual a direção do partido está incomodada com a presença num comício em Leiria do antigo líder do PSD Marques Mendes, a convite da cabeça de lista por aquele círculo, e líder da JSD, Margarida Balseiro Lopes.
Rio respondeu não ter conhecimento “de nenhuma notícia”, mas ressalvou que esta é “uma matéria do foro interno do PSD”.
“Neste momento, a última coisa que eu vou fazer é um comentário a questões do foro interno do PSD”, salientou.
Apesar da insistência dos jornalistas num comentário à presença de Marques Mendes, o presidente do PSD não se alongou: “Não vejo com bons nem com maus olhos porque não me vou pronunciar sobre questões internas do PSD”.
(Notícia atualizada às 15h41)
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