O chefe do executivo palestiniano falava em reunião da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, para discutir um possível adiamento, ou mesmo cancelamento, das eleições legislativas marcadas para 22 de maio, que devem ser seguidas por uma eleição presidencial no final de julho.
Os rumores surgem de todos os lados há várias semanas sobre a realização ou não dessas eleições, de acordo com o calendário anunciado no início do ano por Abbas, como parte de um acordo de reconciliação entre o seu partido secular, o Fatah, e o islamita Hamas.
Após as últimas eleições de 2006, as tensões entre os dois lados palestinianos conduziram a confrontos e uma divisão geográfica de poder entre a Autoridade Palestiniana, controlada pela Fatah e que fica na Cisjordânia ocupada, e o Hamas, que controla a Faixa de Gaza.
Quanto a Jerusalém, a parte leste da Cidade Santa, não é controlada por nenhum desses campos porque foi anexada há mais de 50 anos por Israel.
No entanto, a menos de um mês das eleições legislativas, Mahmoud Abbas disse hoje à noite que a sua manutenção dependia da aprovação da votação por Israel e da realização de uma campanha eleitoral em Jerusalém Oriental, onde vivem mais de 300.000 palestinianos.
“Se dentro de uma semana Israel aceitar a realização de eleições em Jerusalém como em 2006, haverá eleições. Mas até agora não recebemos ‘luz verde’. Se eles [israelitas] disserem ‘sim’ amanhã [sexta-feira], então a partir daí continuaremos as eleições”, apontou Abbas, de 85 anos, e que enfrenta dois movimentos rebeldes dentro do seu partido.
Um desses movimentos é liderado por Mohammad Dahlane, opositor exilado nos Emirados Árabes Unidos, e o outro por Nasser al-Kidwa, sobrinho de Yasser Arafat, o histórico líder palestiniano.
Além dessa rebelião interna, a Fatah enfrenta os islamitas do Hamas abertamente hostis ao adiamento das eleições legislativas, mas abertos a um “governo de união” após as eleições.
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