A reunião contou com a presença de 138 veteranos: 117 votaram a favor da destituição do ‘Dux Veteranorum' (a decisão para ser válida tem de ter um mínimo de 112 votos), disse à agência Lusa Matias Correia, responsável pela convocação da reunião.
Após a destituição do Dux, Matias Correia foi eleito para o cargo, com um total de 111 votos a favor, informou.
Matias Correia, de 25 anos, está há sete anos na Universidade de Coimbra, sendo atualmente estudante de doutoramento de Engenharia Eletrotécnica.
"Nós achávamos que [o Dux] estava a fazer uma representação ilegítima, para além de estar há muito tempo no cargo. Ele não era estudante, fazia a matrícula apenas para ser Dux e não era um Dux ativo. Apenas trabalhava em prol da Queima das Fitas e as pessoas não o conheciam", justificou Matias Correia.
Para o novo Dux, os estudantes e a sociedade viam "o Conselho de Veteranos como uma nódoa negra, um embaraço", não sendo conferida qualquer "legitimidade ou credibilidade" ao órgão que regula a praxe da Universidade de Coimbra, bem como outras tradições académicas.
"O meu objetivo é acabar com essa imagem e tentar devolver credibilidade a este órgão", defendeu Matias Correia, sublinhando que só vai ficar, no máximo, quatro anos no cargo, querendo fazer uma revisão do código da praxe para estabelecer um limite de mandatos "para evitar este tipo de abusos".
Questionado pela Lusa, o Dux destituído, João Luís Jesus, confirmou que os veteranos optaram pela sua destituição.
"A reunião do Conselho de Veteranos é soberana. Decidiram isso, está decidido", disse, recusando-se a comentar a decisão, por ser algo recente e ainda estar a "digerir sobre o que se passou e o porquê desta tomada de posição".
João Luís Jesus cumpriu 19 anos e um mês "exatos" como Dux da Universidade de Coimbra.
As decisões da reunião passam a ter efeito após a sua afixação no edifício da Associação Académica de Coimbra, que deve decorrer durante o dia de hoje.
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