“A massa empresarial do setor da restauração e bebidas de Aveiro discorda profundamente das medidas de recolher obrigatório decididas pelo governo, que levarão à extinção de parte significativa dos postos de trabalho, bem como à inviabilidade económica da continuação da sua atividade”, disse à Lusa Luís Almeida.
As duas manifestações que estão a ser preparadas, a primeira das quais para as 09:00 de quarta-feira, com concentração na Praça do Peixe, e a outra para sábado, em hora e local a divulgar, decorrerão em formato de marcha lenta, explicou Luís Almeida.
O grupo de empresários, que deverá reunir, a seu pedido, hoje ao fim da tarde com representantes da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) e com o presidente da Câmara de Aveiro, salienta que as restrições impostas irão produzir “danos irrecuperáveis na economia e no orçamento familiar, tanto dos empresários em si, como nos seus colaboradores”.
Por isso, reclamam “a adoção imediata de exceção ao recolher obrigatório, no sentido de viabilizar a deslocação das pessoas aos estabelecimentos de restauração e bebidas, no âmbito do usufruto do serviço de refeições e bebidas nestes, cumprido com as normas de segurança”.
Luís Almeida salienta que é o próprio governo a considerar que 68% das novas infeções surgem em ambiente familiar e de coabitação.
Tal, diz, “só revela que a impossibilidade das pessoas se deslocarem aos restaurantes, abre a porta aos ajuntamentos familiares e de amigos em casa uns dos outros, onde não são cumpridas as regras de segurança conforme são nos estabelecimentos comerciais”.
Além disso, o grupo de empresários defende “a isenção imediata de IVA e Segurança Social no setor, avaliando mensalmente a continuidade da medida, enquanto a afetação do setor se mantiver alta”.
“O governo tem investido nos empréstimos e em medidas de adaptação a realidades, impossíveis de viabilizar o custo operacional das empresas, sendo esta uma forma de não aumentar o endividamento dos empresários, que dificilmente irão conseguir satisfazer”, acrescenta Luís Almeida.
No caso concreto de Aveiro, os empresários pretendem obter “mais apoios municipais á dinamização das zonas de restauração, nomeadamente esplanadas, como viabilizar a organização de eventos sem taxas camarárias, cumprindo as normas de segurança com a existência de fiscalização camarária do cumprimento das mesmas e coimas para com o público e organização que não cumpra com a parte de responsabilidade que lhe é atribuída”.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.263.890 mortos em mais de 50,9 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 3.021 pessoas dos 187.237 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
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