
"A Dom Quixote, que publicou grande parte da sua obra, lamenta profundamente o desaparecimento do escritor peruano Mario Vargas Llosa, autor de vários livros que permanecerão para sempre na história da literatura universal e, claro, na memória de todos nós, seus leitores", comenta a editora em nota de imprensa.
Destaca as obras "Conversa n’A Catedral, A Guerra do Fim do Mundo, A Festa do Chibo, A Tia Júlia e o Escrevedor, A Cidade e os Cães e As Travessuras da Menina Má, entre muitos outros", que "nos ajudaram, de forma decisiva, a conhecer outros mundos e outras realidades que, sem eles, ficariam ainda mais distantes", escreve, em homenagem ao escritor.
São lembradas ainda as obras , A Casa Verde (1967 – Prémio Nacional do Romance do Peru, Prémio da Crítica Espanhola, Prémio Rómulo Gallegos), Os Cadernos de Dom Rigoberto (1997) e Cartas a Um Jovem Romancista (1997).
Mario Vargas Llosa é um "escritor universal, que a partir da complexa realidade peruana, fez parte do chamado "boom" latino-americano junto com outros grandes escritores como o colombiano Gabriel García Márquez, o argentino Julio Cortázar e os mexicanos Carlos Fuentes e Juan Rulfo", acrescenta.
"A Dom Quixote reconhece a importância da obra de Mario Varga Llosa e, nesse sentido, continuará a publicá-la", anuncia, avançando que no próximo mês de Setembro, lançará uma nova edição de As Travessuras da Menina Má, no âmbito das comemorações dos 60 anos da editora.
As reações da família
O filho do escritor, Álvaro Vargas Llosa, também escritor, reagiu à morte do pai, na rede social X: "A sua partida entristece os seus familiares, amigos e os seus leitores em todo o mundo, mas esperamos que encontrem consolo, como nós, no facto de ter tido uma vida longa, múltipla e frutífera, e de deixar atrás de si uma obra que lhe sobreviverá".
"A sua partida entristecerá os seus familiar, amigos e os seus leitores ao redor do mundo, mas esperamos que encontrem consolo, como nós, no facto de que gozou de uma vida longa, múltipla e frutífera", acrescentou a família no comunicado divulgado nas redes sociais.
Vargas Llosa descreveu as realidades sociais em obras-primas como "A cidade e os Cachorros" ou "A Festa do Bode". Admirado na Literatura, suas posições liberais despertaram hostilidade em um meio intelectual com tendência de esquerda.
"Nós, latino-americanos, somos sonhadores por natureza e temos problemas para diferenciar o mundo real da ficção. É por isso que temos músicos, poetas, pintores e escritores tão bons, e também governantes tão horríveis e medíocres", disse pouco antes de receber o Prêmio Nobel em 2010.
Quetzal Editores
A Quetzal Editores lembra Mario Vargas Llosa como "um dos nomes fundamentais do romance e da vida intelectual contemporânea". E acrescenta: "Autor de livros marcantes e influentes do nosso tempo, distribuídos por romance e ensaio, reportagem e conto, tornou-se uma figura incontornável para os leitores de hoje – e para os autores que escreveram depois dele".
E, em memória do escritor, "representante de uma geração de gigantes da América Latina", a editora lembra o compromisso "com os valores da liberdade, da beleza e da busca incessante de amor, compaixão e verdade", e ainda com "a luta contra todas as formas de ditadura, de arbitrariedade e de injustiça" como fios condutores da sua obra.
Destaca os ensaios A Civilização do Espectáculo e O Apelo da Tribo, "livros que testemunham o compromisso do escritor com o seu tempo e com os combates pelas ideias em que acreditou". E deixa uma palavra especial para o seu último romance, Dedico-lhe o Meu Silêncio – "um derradeiro testemunho significativamente dedicado à música e à busca da beleza".
Ainda este ano, a Quetzal publicará O Olhar Imóvel, um ensaio literário, avança. "O seu legado permanecerá para além da vida e da morte", termina.
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