“Também redobraremos a nossa vigilância em diversas outras plataformas, em particular o TikTok e as da Meta [dona do Facebook, Instagram e WhatsApp], depois das preocupantes declarações de Mark Zuckerberg”, que se aproximou das posições do Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou o diretor do Le Monde, Jérôme Fenoglio, no editorial.
Na rede X, “a utilidade da nossa presença pesa menos do que os numerosos efeitos secundários sofridos”, considera o responsável.
Elon Musk, que comprou a rede em 2022, transformou-a “como uma extensão da sua ação política, um libertarianismo cada vez mais próximo da extrema-direita, num instrumento de pressão que quer exercer sobre os seus concorrentes ou sobre governos sociais-democratas europeus”, prosseguiu.
“Esta mistura de ideologia e comércio continuou a tornar o Le Monde cada vez mais invisível, como a maioria dos outros meios de comunicação tradicionais”, salientou Fenoglio, sublinhando que, desde há mais de um ano, as publicações da redação sobre o X foram reduzidas “ao mínimo estrito”.
A partir de agora, a partilha de conteúdos na rede será interrompida, “enquanto funcionar desta forma”.
O diretor recomenda que os jornalistas do Le Monde façam o mesmo.
Disse ainda esperar “que a União Europeia não ceda na sua definição de debate público, dotado de regras, respeitador dos participantes, da informação que aí circula e das opiniões que alimentam”.
O Le Monde junta-se a outros meios de comunicação, franceses (Ouest France, Sud Ouest, Mediapart, La Voix du Nord) ou estrangeiros (The Guardian, La Vanguardia) que já deixaram de publicar no X nos últimos meses, tendo como pano de fundo o regresso à Casa Branca de Donald Trump, de quem Musk se tornou um colaborador próximo.
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