Os confrontos começaram terça-feira entre a tribo Fallata e a tribo árabe em aldeias perto de Nyala, capital de Darfur do Sul, disseram testemunhas.
“Os combates continuaram até hoje e até agora causaram cerca de 30 mortos e dezenas de feridos”, disse um chefe da tribo Fallata, que pediu à agência France-Presse para não ser identificado.
O líder de um grupo árabe também relatou combates ao longo do dia de hoje, com “muitas mortes e feridos”.
De acordo com um morador do sul de Darfur, Mohamed al-Fatteh, os confrontos eclodiram depois que um líder árabe ter sido morto.
No início de março, confrontos entre pastores e agricultores na região montanhosa de Jebel Moun, no oeste de Darfur, junto à fronteira com o Chade, provocaram cerca de 40 mortos numa semana.
Confrontos entre pastores árabes e agricultores por disputas territoriais ou acesso à água já causaram a morte de cerca de 250 pessoas entre outubro e dezembro em Darfur, segundo um sindicato de médicos pró-democracia.
A região foi devastada por uma guerra civil iniciada em 2003 entre o regime de maioria árabe e rebeldes de minorias étnicas que denunciaram terem sido discriminados.
Nesse conflito, cerca de 300 mil pessoas morreram e quase 2,5 milhões foram obrigadas a abandonar as suas áreas de residência durante os primeiros anos de violência, segundo a ONU.
O Sudão, que saiu em 2019 de 30 anos de ditadura militar-islâmica, foi palco de um golpe em outubro de 2021 que interrompeu o processo de estabelecimento do poder civil, acentuando a crise económica.
Em Darfur, a falta de segurança criada pelo golpe de Estado liderado pelo general Abddel-Fattah al-Burhan promoveu o ressurgimento da violência, dizem especialistas, com saques de bases da ONU, lutas tribais, ataques armados e violações.
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