O apelo a um cessar-fogo, mas “apenas se for sustentável”, significa uma mudança de tom por parte do Governo britânico, que até agora defendia “pausas humanitárias” ocasionais para permitir a entrada de ajuda em Gaza.
No texto, David Cameron e a chefe da diplomacia alemã, Annalena Baerbock, esclarecem que, apesar de representarem “tradições políticas muito diferentes” – ele é conservador e ela é verde – partilham o desejo de melhorar as coisas e “a ânsia de paz, no Médio Oriente como noutras partes do mundo”.
Ao contrário de outros, não acreditam que “apelar agora a um cessar-fogo geral e imediato, na esperança de que este se torne permanente, seja o caminho a seguir”.
Isso ignoraria o facto de “Israel ter sido forçada a defender-se após o ataque” do Hamas em 07 de outubro e de o grupo islamista “continuar a disparar mísseis para matar cidadãos israelitas todos os dias”. “O Hamas tem de depor as armas”, afirmam.
“Um cessar-fogo insustentável, que rapidamente conduziria a mais violência, só tornaria mais difícil a construção da confiança necessária para a paz”, defendem.
Os dois políticos afirmam que “só os extremistas como o Hamas” querem continuar “presos num ciclo interminável de violência, sacrificando os seus próprios interesses”.
Insistem que o objetivo “não pode ser simplesmente o fim dos combates atuais”, mas “deve ser uma paz que dure dias, anos e gerações”.
“Por isso, apoiamos um cessar-fogo, mas apenas se for sustentável”, acrescentam.
Os ministros apelam ao Hamas para que liberte imediatamente os reféns e avisam que deixá-los em Gaza “seria um obstáculo permanente no caminho para uma solução de dois Estados (israelita e palestiniano)”.
Cameron e Baerbock destacam três áreas de ação: em primeiro lugar, reconhecem o direito de Israel a defender-se, mas apelam para que, “ao fazê-lo, respeite o direito humanitário internacional”, porque “já foram mortos demasiados civis”.
Em segundo lugar, “deve ser prestada mais ajuda aos palestinianos” e, por último, a comunidade internacional, e em particular os países árabes, devem trabalhar para uma solução que “proporcione segurança a longo prazo aos dois povos”.
Neste sentido, apelam ao fim da violência dos “colonos extremistas na Cisjordânia”, que “tentam sabotar esses esforços”, enquanto, na sua opinião, os palestinianos precisam de uma equipa de líderes que lhes ofereça “o governo que merecem”.
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