"Às vezes não é precisa legislação, é preciso executar a legislação que existe, é preciso pôr dinheiro nas coisas. O que nós sentimos é que a saúde é um parente pobre da governação. De facto, 5,4% do PIB ser alocado à saúde é muito pouco e é preciso mais dinheiro, com certeza que bem gasto e com soluções a pensar não apenas no imediato mas também no futuro", defendeu Assunção Cristas.
Em declarações à Lusa após reuniões na Ordem dos Farmacêuticos e na Ordem dos Médicos Dentistas, a líder do CDS defendeu que é preciso "discutir soluções", que passam também pela "questão do financiamento", promovendo, por isso, na quarta-feira um debate sobre modelos de financiamento com especialistas e organizações do setor.
"Sabemos que o que o país gasta é apenas 5,4% do PIB, estamos no fim da tabela dos países da OCDE. O que assistimos é a um desânimo muito grande por parte dos profissionais, a um sistema que vai andando mas que não responde e que, sobretudo, não tem perspetiva de futuro quando a população está mais envelhecida e vai precisar de mais cuidados de saúde, que vai ter multipatologias", argumentou.
Da reunião na Ordem dos Farmacêuticos Assunção Cristas reteve "preocupações em relação a escassez de recursos humanos na saúde, não só médicos e enfermeiros, mas também farmacêuticos", agravada pelo envelhecimento da população, que torna a intervenção daqueles profissionais cada vez mais necessária.
A Ordem dos Médicos Dentistas sinalizou, por seu turno, preocupações com o plano nacional de saúde oral, que envolveu mais de 4 mil dentistas, e cumpre dez anos de existência, "com grande impacto nas crianças e grávidas e que seria natural e expectável é que fosse alargado".
"Neste momento está mais ou menos congelado, ainda por cima, com pagamentos em atraso", afirmou a presidente do CDS.
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