Para além de falhas por parte do operador da rede elétrica espanhola a nível de gestão e planificação, houve também falhas na resposta de outros operadores e distribuidores de energia em Espanha, com suspeitas de incumprimento dos protocolos previstos para situações de sobrecarga de tensão, segundo a ministra da Transição Ecológica de Espanha, Sara Aagesen.

"É uma análise complexa, onde identificámos dados contraditórios", explica. "Levámos a cabo a maior investigação de matéria de cibersegurança que já existiu em Espanha", e chegaram à conclusão que "não existe evidência de ciber-incidente nem no operador nem nos restantes níveis".

Assim, a ministra e a comissão para investigar o apagão na Península Ibérica criada pelo Governo espanhol garantem que não houve qualquer ciberataque no dia 28 de abril, como o executivo espanhol já tinha adiantado anteriormente.

"O principal objetivo é identificar as medidas necessárias para que não se volte a repetir", avança a ministra, "e podemos dizer que o cumprimos". Destaca também o prestígio do comité organizado para investigar o caso.

Diz terem conseguido concluir as conclusões do estudo e avançar com medidas de precaução, sob as premissas "rigor e dados, voluntariado e cooperação por parte dos agentes, e o objetivo final de reportar medidas completas". O relatório final "é ferramenta de análise e de ação - uma oportunidade para reforçar o que funciona, ativar as respostas e rever o que se pode melhorar", termina.

Neste relatório, existe um aparte obmissa, "para proteger a identidade dos autores e as operações feitas no dia 28 de abril", dia do apagão.

Sara Aagesen falava numa conferência de imprensa em Madrid, no final da reunião semanal do Conselho de Ministros de Espanha, em que apresentou as conclusões da comissão de investigação ao apagão de 28 de abril criada pelo Governo espanhol.

*Com Lusa