A informação foi confirmada à imprensa brasileira pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), que acrescentou que os relatórios "dos institutos de Criminalística (IC) e Médico Legal (IML) do referido caso foram concluídos e encaminhados à autoridade policial do bairro de Jaguaré”.
"Os resultados apontam que a morte se deu em consequência de uma intoxicação exógena por agentes químicos. Foram constatadas as presenças de opioides, sedativos e álcool no sangue na vítima", indicou a SSP-SP, citada pela rede televisiva CNN Brasil.
Na sequência da morte desse voluntário, um homem de 33 anos que participava na terceira fase do ensaio da Coronavac, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu suspender os testes na segunda-feira, enquanto aguardava recomendações por parte de um comité internacional independente, que analisa o desenvolvimento do imunizante.
Contudo, na manhã de quarta-feira, o órgão regulador do Brasil autorizou a retoma dos testes da Coronavac.
"A Anvisa informa que acaba de autorizar a retomada do estudo clínico relacionado à vacina Coronavac, que tem como patrocinador o Instituto Butantan", de São Paulo, indicou o órgão brasileiro em comunicado.
"Após avaliar os novos dados apresentados pelo patrocinador depois da suspensão do estudo, a Anvisa entende que tem subsídios suficientes para permitir a retomada da vacinação e segue acompanhando a investigação do desfecho do caso, para que seja definida a possível relação de causalidade entre o evento adverso grave inesperado e a vacina", acrescentou.
A agência informou ainda que não iria divulgar a natureza do evento adverso ocorrido "em respeito à privacidade e integridade dos voluntários da pesquisa".
Apesar de a Anvisa não ter confirmado oficialmente as causas da morte do voluntário de 33 anos, em 29 de outubro, a imprensa brasileira teve acesso ao boletim de ocorrência da polícia brasileira sobre o caso, que indicou suicídio como causa do óbito.
A coronavac tem sido alvo de uma forte politização no Brasil, principalmente entre o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e o governador de São Paulo, João Doria, que se tornou um dos adversários mais ferrenhos do chefe de Estado no campo conservador.
No mês passado, Bolsonaro posicionou-se contra a aquisição da vacina chinesa, tendo obrigado o seu Ministério da Saúde a recuar na intenção de comprar o imunizante, argumentando que o imunizante ainda nem sequer havia superado a fase de testes clínicos.
A recusa de Bolsonaro contrasta com um outro acordo - firmado pelo seu Governo com a Universidade de Oxford e com o laboratório AstraZeneca - para a compra de 100 milhões de doses da vacina, que ambas as instituições desenvolvem e que se encontra na mesma fase de estudos que o imunizante da Sinovac.
O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo número de mortos (mais de 5,7 milhões de casos e 163.373 óbitos), depois dos Estados Unidos.
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