“Gostaria de ir tomar a vacina não como deputado, mas como cidadão e utente do SNS. Esperar pela minha vez”, afirmou Jerónimo de Sousa, 73 anos, no final de uma reunião do comité central dos comunistas, em Lisboa.
O líder comunista repetiu que o partido é contrário à “generalização excessiva” na prioridade da vacinação contra a covid-19 dada aos políticos, como é o caso dos deputados, e insistiu na necessidade “garantir as condições para a rápida vacinação da população”.
“Há sempre uma injustiça relativa nestas escolhas. Pode-se admitir que o Presidente da República, o presidente da Assembleia da República, o primeiro-ministro pode-se ter uma consideração especial. Agora os deputados?”, disse, sem completar a frase.
Jerónimo de Sousa repetiu a ideia, já manifestada através de comunicado, de que “a prioridade dada a titulares de altos responsáveis do Estado, sendo compreensível para situações concretas, tem uma generalização que se afigura excessiva”.
Para os comunistas, o “essencial e prioritário” é “garantir as condições para a rápida vacinação da população, o que exige que o país não fique dependente unicamente do programa de vacinas da União Europeia e das multinacionais farmacêuticas”.
De acordo com um despacho, emitido na segunda-feira pelo primeiro-ministro, noticiado hoje pelo Diário de Notícias (DN), os titulares de órgãos de soberania, deputados, funcionários da Assembleia da República, membros dos órgãos das Regiões Autónomas e presidentes de câmara, enquanto responsáveis da proteção civil, vão começar a ser vacinados na próxima semana.
Segundo a mesma notícia, também a Provedora de Justiça, os membros do Conselho de Estado e a magistratura do Ministério Público vão começar a ser vacinados na próxima semana.
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