“O Governo não é capaz de assumir a necessidade do recurso a uma diversidade dessas vacinas”, disse Jerónimo de Sousa durante uma visita ao Centro de Vacinação instalado no Pavilhão Portugal, Cultura e Recreio, na Arrentela, no concelho do Seixal.
“Em toda aquela planificação que foi apresentada pelo Governo, verificamos um atraso [no fornecimento] de cerca de dois milhões de vacinas”, acrescentou, salientando que há apenas 500 mil portugueses que já tomaram as duas doses da vacina e um milhão e 200 mil que ainda só tomaram a primeira dose.
Jerónimo de Sousa lembrou também que a Assembleia da República vai discutir na quinta-feira um projeto de resolução do PCP sobre múltiplas vertentes da vacinação contra a covid-19.
“Nós vamos apresentar um projeto de resolução, que vai ser discutido amanhã na Assembleia da República, visando a possibilidade de diversificação das vacinas e a questão das patentes”, disse.
“Num quadro de necessidade de defesa da saúde pública – e estamos a falar à escala planetária, obviamente - era de todo compreensível que essas patentes fossem sustidas, que abrissem a possibilidade de vacinas de outras marcas, fiáveis naturalmente, terem como destino países como Portugal”, acrescentou.
Quanto à utilização da vacina da AstraZeneca, que poderá ter estado na origem de alguns casos de formação de coágulos no sangue, Jerónimo de Sousa disse que deve ser o Governo a avaliar a situação com os cientistas.
“Obviamente já ouvimos a Organização Mundial de Saúde, hoje a agência europeia, referindo casos que são minimalistas. Minimalistas, mas a verdade é que alguém que morre depois de ter sido vacinado. Mas se houver garantias, em termos técnicos e científicos, naturalmente nós não temos nada contra a sua aplicação”, acrescentou, reconhecendo que as vacinas são fundamentais para o combate à pandemia.
“Insisto nesta ideia de que a vacina é um elemento fundamental para combater a covid-19. E, sendo assim, é preciso que muitos e muitos compreendam que se trata da saúde pública, de milhares de milhões de seres humanos, que não podem estar sujeitos ao interesse de negócio das grandes farmacêuticas, das grandes companhias”, concluiu o líder comunista.
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