“O CDS propõe que o alargamento do ‘lay-off’ aconteça até, pelo menos, ao mês de setembro, uma vez que há setores de atividade que vão iniciar a retoma a meio gás, a 50%, e não podem pagar salários a 100% aos seus trabalhadores”, afirmou, falando também em setores que “não vão poder já reiniciar os seus negócios”.
Na sua ótica, esta medida “é fundamental para salvar empresas e manter postos de trabalho”.
O líder democrata-cristão falava aos jornalistas no final de uma reunião com a bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados, em Lisboa.
“O Governo disse que estava tudo pago [em termos de ‘lay-off’], a verdade é que não está, e quem conhece a realidade empresarial percebe que este é um problema que as empresas continuam a atravessar”, vincou, defendendo que o prolongamento desta medida para ajudar as empresas a fazer face aos efeitos da pandemia de covid-19 seja “sujeita a nova avaliação”.
O prolongamento do ‘lay-off’ foi sugerido pelo Presidente da República na quarta-feira, tendo o primeiro-ministro considerado que essa medida tem de ser “devidamente ponderada”.
Rodrigues dos Santos reiterou que cabe ao Governo atuar “ativamente, por ação e não por reação”, e construir um “plano de relançamento da economia e um programa de emergência social”, que contemple um mecanismo de acerto de contas entre o Estado e os contribuintes e a “eliminação dos pagamentos por conta em sede de IRS e IRC”.
O presidente do CDS rejeitou que exista uma discussão sobre “um possível aumento de impostos quando as linhas de crédito também ainda não chegaram às empresas”, e neste ponto apontou que a responsabilidade por estes atrasos “é repartida” entre a banca e o Estado, concretizando que “há problemas que estão a ser provocados pela banca”, através de “barreiras ao crédito”, mas também “existe um problema de burocracia ao nível da sociedade de garantia mútua”.
O líder democrata-cristão justificou esta reunião com a bastonária do Ordem dos Contabilistas Certificados defendendo que “é necessário fazer uma monitorização dos problemas que estão neste momento a atravessar” as empresas, e que deve ser feita “por parte de quem tem conhecimento técnico e acompanha diariamente o tecido empresarial”.
“É fundamental que o Governo nesta altura procure ajudar as empresas a terem liquidez, faça um choque de tesouraria, para conseguirem salvar postos de trabalho”, insistiu.
Na sua ótica, o Governo “não pode querer cobrar dívidas à Segurança Social quando há empresas que ainda não receberam o dinheiro do ‘lay-off’, nem “pode querer cobrar IMI quando ainda não devolveu o IRS às famílias”, referindo que o prazo médio para a devolução ascende a “mais de 50 dias” quando no ano passado foi de “12 dias”.
Para Francisco Rodrigues dos Santos, isto é “particularmente preocupante dado que 40% dos portugueses tiveram perdas acentuadas de rendimentos”.
Questionado na ocasião sobre as eleições presidenciais, Francisco Rodrigues dos Santos assinalou que ainda falta “sensivelmente um ano” e que primeiro ainda serão disputadas as eleições legislativas regionais dos Açores, e destacou que a “prioridade do CDS é a emergência social do país”.
“Vamos cumprir o calendário e creio que os portugueses não perdoariam ao presidente do CDS que, em vez de estar preocupado com um plano social de emergência, estivesse preocupado com cadeira da Presidência”, reiterou, depois de na quarta-feira ter dito aos jornalistas que o partido irá aguardar pela clarificação das candidaturas às eleições presidenciais de 2021 antes de decidir quem apoiará na corrida a Belém.
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