"Dada a propagação do vírus, e no sentido de evitar futuras dificuldades que poderão ocorrer em resultado dos cancelamentos de voos, julga-se oportuno que os cidadãos portugueses na área de jurisdição do Consulado ponderem abandonar a China temporariamente", afirmou André Sobral Cordeiro, numa mensagem partilhada via Wechat, o Whatsapp chinês.
O diplomata português confirmou à Lusa o teor da mensagem, apontando o número crescente de companhias aéreas que estão a cancelar ou a reduzir o número de voos para e a partir da China.
No total, dez companhias aéreas adotaram aquelas medidas, incluindo a britânica British Airlines, a alemã Lufthansa ou a norte-americana American Airlines.
O consulado em Cantão tem como área de jurisdição as províncias de Guangdong, Hainan, Hunan, Fujian e a Região Autónoma de Guangxi. No total, vivem nesta área cerca de 200 portugueses, segundo estimativas do consulado.
No conjunto, aqueles territórios reportaram dois mortos e 856 infetados com o novo coronavírus, que surgiu no mês passado na cidade de Wuhan, capital da província de Hubei, centro da China, e que, entretanto, se alastrou por todo o país.
Segundo os dados oficiais mais recentes, quase 60% dos mais de 7.700 casos confirmados até agora em toda a China ocorreram na província de Hubei, onde foram reportadas 162 das 170 mortes devido à doença.
Além do território continental da China, foram reportados casos de infeção em Macau, Hong Kong, Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos da América, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, Austrália, Canadá, Alemanha, França (primeiro país europeu a detetar casos), Finlândia e Emirados Árabes Unidos.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) convocou para hoje o Comité de Emergência para determinar se este surto vírico deve ser declarado uma emergência de saúde pública internacional.
Um avião da companhia aérea HiFly partiu hoje de manhã do aeroporto português de Beja para fazer o repatriamento de cidadãos europeus desde Wuhan.
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