A matka, nome dado ao pote de barro para armazenar água, tem raízes antigas. Segundo a BBC, os primeiros registos conhecidos remontam à civilização Harappan, há mais de 3.000 anos.

Durante séculos, as zonas rurais da Índia recorreram a estes potes de barro para as suas necessidades de arrefecimento da água, o que permite ajudar a combater as altas temperaturas que se fazem sentir.

Mas como funciona? Na prática, quando a água enche um pote de barro, esta penetra em todos os poros e fendas. À medida que a água dentro desses poros evapora, o processo retira lentamente o calor latente da água interna. Por sua vez, o pote perde o calor por evaporação e assim a água restante dentro dele também arrefece. Para manter a temperatura, por vezes é utilizado um pano molhado na boca do vaso.

Nos dias de hoje, apesar da existência de frigoríficos, são várias as pessoas a voltar à tradição, de forma a conseguirem ter mais água pronta a beber.

O método antigo já é também utilizado nos dias de hoje noutros projetos. Por exemplo, Monish Siripurapu, fundador e principal arquiteto da CoolAnt, utiliza o barro para sistemas de arrefecimento em edifícios, utilizando uma espécie de "colmeias", com várias peças empilhadas.

“Empilhar os cones como uma colmeia melhora a área de superfície necessária para um resfriamento eficaz”, diz.

Até agora, existem 35 torres de resfriamento em escolas, espaços públicos, aeroportos e edifícios comerciais em todo o país, de Pune a Jaipur.

Grande parte do norte do país asiático está em alerta para temperaturas elevadas superiores a 45 graus Celsius em muitas cidades, de acordo com o Departamento Meteorológico da Índia (IMD).

Até agora, já morreram mais de 60 pessoas devido ao calor.

Espera-se que as condições da onda de calor comecem a dissipar-se em grande parte do país nos próximos dias, coincidindo com a chegada da monção no sul e nordeste da Índia.

As temperaturas elevadas marcaram as eleições gerais na Índia, que tiveram início a 19 de abril e cujos resultados são esperados na terça-feira.