"O presidente do sindicato [Francisco São Bento] vai enviar um pré-aviso de greve com efeitos a partir do dia 23 de maio à meia noite e um minuto até que se resolva a situação", afirmou Pedro Pardal Henriques à RTP.
O sindicalista considera que a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) violou "os princípios da boa fé negocial", acrescentando que a estrutura sindical não vai conceder mais tempo aos patrões.
Na terça-feira, após uma ronda negocial, a ANTRAM tinha anunciado que a associação patronal e o sindicato tinham acordado um pacto de paz social pelo prazo de 30 dias.
Em cima da mesa, segundo o sindicato, esteve uma nova proposta salarial "muito próxima" dos 1.200 euros.
Já o vice-presidente da ANTRAM, Pedro Polónio, socorreu-se na altura do “dever de sigilo” para não avançar valores, mas salientou que a proposta era “substancialmente diferente” da que tinha sido apresentada inicialmente.
Hoje, a ANTRAM notou que o sindicato dos motoristas de matérias perigosas teve uma “clara mudança de postura”, após ter apresentado uma contraproposta de 700 euros de salário base, inferior aos 1.200 reivindicados inicialmente por estes trabalhadores.
“Após a rejeição expressa pela ANTRAM da proposta apresentada pelo SNMMP na primeira reunião, e que consistia num salário base de 1.200,00 euros e na consagração da categoria profissional especifica para motoristas de mercadorias perigosas, aquele sindicato, numa clara mudança de postura, a que não foram alheios os argumentos da ANTRAM apresentados ao longo dos últimos contactos, apresentou uma nova contraproposta negocial”, disse, em comunicado, a associação empresarial.
De acordo com a ANTRAM, “esta nova contraproposta assenta, agora, num salário base de 700 euros com efeitos a partir de dia 01 de janeiro de 2020, mantendo-se, em termos gerais, os termos do atual CCTV [Contrato Coletivo de Trabalho Vertical do setor rodoviário de mercadorias], ainda que reforçando, em sede de seguros, exames de saúde e subsídio diário adicional a criar, a proteção dos trabalhadores afetos ao transporte de mercadorias perigosas em cisterna”.
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