Numa cimeira dominada e condicionada pela ofensiva russa à Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro, a agenda do segundo e último dia de trabalhos do encontro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês) termina com uma sessão na qual vários países, como é o caso da anfitriã Espanha, esperam que os 30 chefes de Estado e de Governo olhem para o designado “flanco sul”.
Estes países têm insistido para a NATO não ignorar “ameaças e desafios” oriundos do Médio Oriente ou do norte de África, em especial, da região africana do Sahel, e que estão relacionados com movimentos de imigração ilegal ou grupos terroristas.
Estes países insistem na abordagem e estratégia a 360 graus, mesmo reconhecendo o protagonismo que ganhou o lado leste, por causa da Rússia.
Na quarta-feira, os líderes da NATO aprovaram um novo Conceito Estratégico para a organização, para a próxima década, e divulgaram a Declaração da Cimeira de Madrid, documentos em que definem a Rússia como a maior e mais direta ameaça à segurança dos países da aliança militar.
Pela primeira vez, a estratégia da NATO a dez anos tem também uma referência à China.
Ainda na quarta-feira, a NATO reiterou o apoio à Ucrânia e desbloqueou um novo pacote de ajuda integral a Kiev, assim como ajudas a países como a Moldova, Geórgia e Bósnia-Herzegovina.
No primeiro dia da cimeira, a NATO confirmou o reforço das suas forças no leste europeu e o aumento das tropas em prontidão (de reação rápida) de 40 mil para mais de 300 mil militares.
Esta cimeira fica também já marcada pelo início formal da adesão à NATO da Finlândia e da Suécia, depois de a Turquia ter retirado o veto às duas candidaturas, na segunda-feira, após uma reunião entre os líderes dos três países.
O primeiro-ministro português, António Costa, lidera a comitiva nacional na cimeira, que integra dois ministros (Defesa e Negócios Estrangeiros).
Está prevista uma conferência de imprensa de António Costa no final dos trabalhos da cimeira, ao final da manhã.
À chegada à cimeira, na quarta-feira, António Costa considerou que o encontro de Madrid começou “da melhor maneira”, com o desbloqueio da adesão da Suécia e Finlândia, e afirmou que o processo de ratificação em Portugal será “bastante rápido”.
O primeiro-ministro afirmou que Portugal acompanhará de “forma adequada às circunstâncias” do país o anunciado reforço de tropas da NATO e não se comprometeu com uma data para atingir a meta de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) reservados à Defesa, afirmando que o país só assume “compromissos que pode cumprir”.
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