Depois de semanas de discussões, a Argélia lançou esta iniciativa, na sequência da decisão do Tribunal Internacional de Justiça no final de janeiro, a pedir a Israel para evitar qualquer possível “ato de genocídio” em Gaza, apelou para uma votação na terça-feira de manhã, disseram várias fontes diplomáticas à agência de notícias France-Presse (AFP).
A última versão do texto, a que a AFP teve acesso no sábado, “exige um cessar-fogo humanitário imediato que deve ser respeitado por todas as partes”, quando o a ofensiva israelita em Gaza já causou mais de 28.800 mortos, na grande maioria civis, de acordo com o Ministério da Saúde do movimento islamita palestiniano Hamas.
O projeto de resolução “rejeita a deslocação forçada da população civil palestiniana”, pede o fim desta “violação do direito internacional” e reitera também um pedido de libertação de todos os reféns.
No entanto, à semelhança dos textos anteriores criticados por Israel e pelos Estados Unidos, não condena o ataque sem precedentes do Hamas contra Israel, a 07 de outubro, que causou a morte de mais de 1.160 pessoas, na maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelitas.
No sábado, a embaixadora norte-americana na ONU, Linda Thomas-Greenfield, denunciou a decisão da Argélia de submeter o texto à votação, repetindo que tal podia “contrariar as negociações” diplomáticas em curso para uma trégua que incluísse novas libertações de reféns.
“Por esta razão, os Estados Unidos não apoiam” a votação deste texto e “se votássemos o projeto atual, ele não seria adotado”, avisou, ameaçando claramente com um veto.
Em meados de outubro e no início de dezembro, apesar das pressões da comunidade internacional face à crise humanitária na Faixa de Gaza, os norte-americanos vetaram dois projetos de texto que apelavam para um cessar-fogo.
O Conselho, que há anos se encontra largamente dividido sobre a questão israelo-palestiniana, só conseguiu adotar dois textos essencialmente humanitários sobre esta questão desde 07 de outubro.
O último, adotado no final de dezembro, com a abstenção dos Estados Unidos, pedia o envio de ajuda humanitária “em grande escala” para o território palestiniano.
Apesar do risco de um novo veto dos Estados Unidos, o embaixador palestiniano na ONU, Riyad Mansur, insistiu na votação há alguns dias: “Acreditamos que chegou o momento de o Conselho de Segurança adotar uma resolução sobre o cessar-fogo humanitário”.
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