"Não sei se houve uma evolução [no decurso dos últimos três anos], mas pelo menos estamos aqui para continuar", disse à agência Lusa Paulo Spínola, do movimento Madeira Pride, responsável pela organização da marcha e do arraial.
Paulo Spínola considerou que em 2017 e 2018 houve "muitas portas que se abriram" para apoiar a iniciativa, mas que agora tornaram a se fechar.
"Apesar de ser o terceiro ano, continuamos a encontrar entraves, continuamos a levar com portas na cara, exatamente por causa do preconceito e da homofobia", alertou.
A terceira marcha LGBTI+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgénero e Intersexo) partiu do Largo do Município, em frente à Câmara Municipal do Funchal, percorreu sem incidentes algumas ruas do centro da cidade e terminou no Jardim Municipal.
Os participantes exibiam muitas bandeiras com as cores do arco-íris, símbolo da causa LGBTI+, e gritavam palavras de ordem como "sai do passeio, anda para o nosso meio" ou "nem menos, nem mais, direitos iguais".
De vez em quando, alguém dizia ao megafone: "Com a homofobia, a sociedade anda para trás". E os participantes reagiam em simultâneo, dando passos para trás. Depois, a mesma pessoa ao megafone afirmava: "Com a democracia, a sociedade anda para a frente". E todos corriam para a frente.
"Este é o terceiro ano e viemos ainda com mais força, estamos a criar a marca Madeira Pride", realçou Paulo Spínola, destacando a presença no arraial do artista ‘glam pop' alemão Leopold, bem como dos portugueses Carlos Costa e Tiago Braga, entre outros.
A organização do Madeira Pride, este ano sob o mote "Orgulha-te de quem és!", contou com o apoio da Associação Abraço, da Fundação Portuguesa "A Comunidade Contra a Sida", da Opus Gay Madeira, da Rede Ex-aequo e da UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta.
"Esta é uma marcha e um arraial para celebrar a diferença e diferenças há muitas, não apenas a causa LGBTI+", salientou Paulo Spínola, vincando que "vale sempre a pena continuar a lutar contra o preconceito".
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