"Com os offshores escondem-se milhões e com os vistos Gold os milhões podem comprar uma nova cidadania, uma nova residência longe da justiça. Portugal tem de agir", disse Catarina Martins, em declarações aos jornalistas no final de uma iniciativa de contacto com a população no mercado mensal do Pinhal Novo, concelho de Palmela.
A líder do Bloco de Esquerda reafirmou a importância da detenção de João Rendeiro, mas considera que o país deve questionar como foi possível o percurso do ex-banqueiro e a forma como o sistema financeiro funcionou.
"Foge com contas offshore, temos de agir. Portugal não pode acabar com as offshores em todo o mundo, mas pode criminalizar as transferências. Tudo o que sabemos é que estava a tentar um visto Gold na África do Sul", disse.
Catarina Martins considera que Portugal não deve deixar sair os milhões do país, pelo que defende a criminalização dos offshores, nem aceitar que quem cometeu um crime de milhões compre o direito a viver num país.
O ex-banqueiro João Rendeiro, sobre quem pendia um mandado de detenção internacional, foi detido no sábado na África do Sul, anunciou o diretor nacional da PJ, Luís Neves.
As autoridades portuguesas já tinham emitido dois mandados de detenção, europeu e internacional, para o antigo presidente do BPP, para que o ex-banqueiro cumpra a medida de coação de prisão preventiva.
O colapso do BPP, banco vocacionado para a gestão de fortunas, aconteceu em 2010, já depois do caso BPN e antecedendo outros escândalos na banca portuguesa.
O BPP originou vários processos judiciais, envolvendo crimes de burla qualificada, falsificação de documentos e falsidade informática, assim outro um processo relacionado com multas aplicadas pelas autoridades de supervisão
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