“A linha de comboios de alta velocidade foi bloqueada em Girona, 100 quilómetros a nordeste de Barcelona”, anunciou a companhia espanhola de comboios, Renfe.
Por outro lado, as televisões espanholas estão a difundir imagens em direto com militantes dos Comités de Defesa da República a ocupar vários locais e a pedirem a independência da Catalunha.
A empresa responsável pelas vias rodoviárias também confirmou cortes de várias autoestradas, entre elas as que ligam a capital catalã a Valência e a Madrid.
Ao longo de todo o dia estão previstas inúmeras ações dos movimentos separatistas para assinalar o 01 de outubro de 2017, exigindo a criação de uma República independente e a libertação do que chamam "presos políticos".
As várias concentrações previstas para hoje surgem depois de, em 11 de setembro, um milhão de pessoas, segundo a polícia municipal, terem participado numa manifestação nas avenidas do centro de Barcelona por ocasião de "A Diada", o Dia da Catalunha.
Ocorrem também dois dias depois de confrontos entre polícias e independentistas terem feito 24 feridos e dois detidos, nas ruas de Barcelona.
Os independentistas reclamam há muito tempo um referendo regional sobre a independência da Catalunha, em moldes semelhantes aos que foram realizados no Quebeque (Canadá) ou na Escócia (Reino Unido).
No entanto, a Constituição de Espanha apenas permite uma consulta eleitoral que ponha em causa a unidade do país se for realizada a nível nacional.
O Governo regional liderado por Carles Puigdemont, apoiado desde 2015 por uma maioria parlamentar de partidos separatistas, organizou e realizou um referendo em 1 de outubro de 2017, que foi considerado ilegal pelo Tribunal Constitucional espanhol.
O processo de independência foi interrompido em 27 de outubro de 2017, quando o Governo central espanhol decidiu intervir na Comunidade Autónoma.
As eleições regionais, que se realizaram em 21 de dezembro último, voltaram a ser ganhas pelos partidos separatistas.
Nove dirigentes independentistas estão presos à espera de julgamento por delitos de rebelião, sedição e/ou peculato pelo seu envolvimento na tentativa separatista falhada.
Os independentistas consideram que os detidos em prisões espanholas pelo seu envolvimento na tentativa de autodeterminação são “presos políticos”.
O principal líder independentista, o ex-presidente da Generalitat Carles Puigdemont vive exilado na Bélgica, depois de a Justiça espanhola não ter conseguido a sua extradição da Alemanha, para ser julgado por crime de rebelião.
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