De âmbito nacional, a campanha “Água é vida – não a desperdice” terá o arranque no Algarve, região que é atualmente a mais afetada pela seca e escassez de água e que no verão quase duplica a população, refere a Águas do Algarve em comunicado.
Em declarações à Lusa, a porta-voz da Águas do Algarve considerou que apesar de haver soluções estruturais já em curso, como o aproveitamento de águas residuais tratadas, o reforço do sistema multimunicipal e a aposta em novas origens de água, é preciso que todos assumam responsabilidades.
“Importa desmitificar que é, de facto, urgente que cada um de nós assuma a responsabilidade de adotar novos comportamentos de eficiência, como fazendo parte do nosso dia-a-dia, todos os dias, e não apenas quando há falta de água, o que fará toda a diferença no consumo total de água”, refere Teresa Fernandes.
Segundo a responsável, ao longo de todo o verão, e até que se considere essencial, a campanha irá implementar um conjunto de ações no terreno, nesta primeira fase com uma vertente mais informativa, passando depois para ações em praias, centros comerciais e grandes eventos.
“Todos devemos contribuir para diminuir o consumo de água, ajustando comportamentos, fazendo um uso adequado do recurso e combatendo o desperdício”, acrescentou, indicando que a campanha se dirige não apenas aos residentes, mas também aos turistas que se encontram no país e no Algarve.
As iniciativas vão ser promovidas pela Águas do Algarve, a Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) e a Região de Turismo do Algarve (RTA) e contam com o envolvimento de diferentes associações hoteleiras e de restauração algarvias para apelar a residentes e turistas que não desperdicem água.
A campanha alerta para a importância da água e faz um apelo a todos para a adoção de comportamentos que contribuam para o bom uso do recurso, alertando para o facto de uma torneira aberta poder gastar 12 litros de água em apenas um minuto.
Segundo a campanha, se cada pessoa desperdiçar um minuto de água por dia em Portugal, são 120 milhões de litros de água, o suficiente para satisfazer as necessidades básicas diárias de um milhão de pessoas.
No início de junho, o Governo anunciou medidas restritivas ao consumo de água no sotavento algarvio e pretende reduzir em 15% o consumo da água das massas subterrâneas no Algarve.
O anúncio foi feito pelo ministro do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro, após uma reunião da comissão de acompanhamento dos efeitos da seca, quando um terço do país, especialmente no Alentejo e Algarve, está em seca severa e extrema.
Segundo dados fornecidos pela Águas do Algarve à agência Lusa, referentes a 09 de junho, o volume de água nas barragens algarvias continua em queda, com a Barragem de Odeleite, a apresentar a maior descida face à semana anterior (37%).
Com uma capacidade útil total de 108 hectómetros cúbicos (hm3), a Barragem de Odeleite, em Castro Marim, apresenta um volume útil atual de 40,54 hm3.
Também no sotavento, o Beliche apresenta um volume de 14,02, para uma capacidade total de 42,89 e a barragem de Odelouca, em Silves, um volume de 24,41 hm3 para uma capacidade total de 128,20 hm3.
A campanha envolve o grupo Águas de Portugal (AdP), onde se insere a Águas do Algarve, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e a Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), com o financiamento do Fundo Ambiental do Ministério do Ambiente e Ação Climática.
Para além destes, conta ainda com outros parceiros, nomeadamente a AMAL, RTA, Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Associação dos Industriais Hoteleiros e Similares do Algarve (AIHSA), Associação Da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) e Associação dos Hotéis de Portugal (AHP), entre outros.
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