“Não há qualquer dúvida de que a responsabilidade é da Câmara Municipal do Fundão, mas isso não significa que a Direção-Geral de Energia e Geologia não esteja a acompanhar o caso e estejamos a fazer um esforço para que, em conjunto com a Câmara, seja possível encontrar uma solução”, referiu Matos Fernandes, quando questionado pelos jornalistas sobre uma reportagem emitida na sexta-feira na SIC sobre o “risco de ruir” da barragem da Barroca, no rio Zêzere.
A estação recorda que a Universidade do Porto detetou um elevado teor de arsénio na zona da barragem, um “risco ambiental a cerca de 50 quilómetros da nascente do Zêzere, na escombreira do Cabeço do Pião, no Fundão” (distrito de Castelo Branco).
“A autarquia do Fundão, que herdou as toneladas de metais pesados [da exploração mineira], diz não ter verbas para evitar uma eventual derrocada e contaminação das águas do Zêzere”, refere a SIC, lembrando que o Governo conhece a situação.
Já em 2015 a Lusa noticiou que uma tese de doutoramento da Universidade de Coimbra identificou um pH ácido e níveis de metais pesados acima do valor máximo recomendado no rio Zêzere, junto às minas da Panasqueira, nos concelhos da Covilhã e do Fundão.
Um estudo de 2013, realizado na Universidade do Porto, já apontava para a ameaça que as Minas da Panasqueira poderiam ter na saúde das populações próximas, nomeadamente no aumento do risco de desenvolver cancro ou outras doenças.
Hoje, em Ovar, após a assinatura dos contratos de desassoreamento da ria de Aveiro, Matos Fernandes disse que a tutela está “completamente disponível para encontrar a solução técnica necessária”.
Porém, referiu, “não se pode substituir as responsabilidades que as entidades públicas têm”.
“Não há aqui nenhuma novidade que não seja um problema ambiental que é conhecido e que a Câmara não está a conseguir resolver. Nós vamos respeitando aquelas que são as possibilidades de autonomia municipal”, frisou.
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