Segundo a fonte, a reunião chegou a estar marcada para a última sexta-feira mas acabaria por ser adiada, a pedido da vice-presidente do município, Armandina Saleiro.
A fonte sublinhou que Miguel Costa Gomes “não suspendeu nem renunciou” ao mandato, continuando assim “em funções”.
“Apenas está impedido de estar presente e, por isso, nos termos da lei, será substituído pela vice-presidente”, referiu.
A 03 de junho, o Tribunal de Instrução Criminal do Porto aplicou prisão domiciliária, com vigilância eletrónica, ao presidente da Câmara de Barcelos, Miguel Costa Gomes (PS), proibindo-o ainda de contactos com os funcionários do município.
Em causa a operação "Teia", que se centra nas autarquias de Barcelos e Santo Tirso e no Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto e que investiga suspeitas de corrupção, tráfico de influência e participação económica em negócio, traduzidas na viciação fraudulenta de procedimentos concursais e de ajuste direto.
Costa Gomes está indiciado dos crimes de corrupção passiva e de prevaricação.
O seu advogado, Nuno Cerejeira Namora, já disse que o autarca se vai manter “em plenas funções”.
Entretanto, vai pedir ao juiz de instrução que clarifique o alcance do termo “funcionários”, para saber se a restrição de contactos de Costa Gomes se estende a adjuntos e chefes de gabinetes do município.
"A partir daí, logo se verá", disse ainda a fonte municipal.
O PCP local e o movimento independente Barcelos, Terras de Futuro já pediram a demissão de Costa Gomes, tendo o Bloco de Esquerda sugerido mesmo a realização de eleições intercalares.
Ja o PS expressou solidariedade ao presidente da Câmara e manifestou-se convicto de que o autarca “provará a sua inocência”.
A Câmara, por seu lado, sublinhou que o executivo se mantém “no exercício pleno das suas funções e competências, no respeito pelo mandato que lhe foi conferido”.
Na operação Teia, são ainda arguidos o entretanto demissionário presidente da Câmara de Santo Tirso, Joaquim Couto, que ficou em liberdade mediante o pagamento de uma caução de 40 mil euros, e a mulher, a empresária Manuela Couto, que ficou em prisão domiciliária.
O outro arguido é o presidente do IPO do Porto, Laranja Pontes, que também ficou em liberdade mediante caução de 20 mil euros, e com suspensão das funções que exercia.
O processo está relacionado com alegados favorecimentos às empresas de Manuela Couto por parte do Município de Barcelos e do IPO, a troco de favores políticos conseguidos por Joaquim Couto.
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