Confirma a Procuradoria-Geral da República que "encontram-se em curso mais de oitenta buscas domiciliárias e vinte e cinco buscas não domiciliárias, designadamente em equipamentos militares localizados na Grande Lisboa, em Beja e em Leiria. Foram, igualmente, emitidos mandados de detenção", pode ler-se no comunicado da PGR sobre a "Operação Zeus".
"Participam na operação vinte e sete magistrados do Ministério Público, cerca de três centenas de elementos da Polícia Judiciária (PJ), cerca de quatro dezenas de elementos da Polícia Judiciária Militar e trinta peritos da Unidade de Perícia Financeira e Contabilística e da Unidade de Tecnologia e Informação da PJ", refere o documento.
Nesta operação "investigam-se suspeitas de, pelo menos, desde o ano de 2015, algumas messes da Força Aérea serem abastecidas com géneros alimentícios, cujo valor a pagar, posteriormente, pelo Estado Maior da Força Aérea, seria objeto de sobrefaturação".
Isto aconteceria com o "acordo entre militares que trabalham nas messes, fornecedores dos géneros alimentícios e um elemento do departamento do Estado Maior da Força Aérea com funções de fiscalização das referidas messes".
"Em causa estão factos suscetíveis de integrarem a prática de crimes de corrupção passiva, de corrupção ativa e de falsificação de documento".
A investigação tem o apoio da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ e pela Polícia Judiciária Militar.
Adianta a TVI que a investigação dura há dois anos, começou na sequência de uma denúncia anónima, e terá "o conhecimento e a colaboração do Chefe de Estado-Maior da Força Aérea desde o início".
Força Aérea colabora com investigação
A Força Aérea Portuguesa afirmou hoje que a cadeia de comando está a prestar "toda a colaboração" às autoridades judiciais na investigação em curso em dez unidades do ramo.
Contactado pela Lusa, o porta-voz da Força Aérea, coronel Rui Roque, afirmou que a cadeia de comando do ramo teve conhecimento da operação e que está a prestar "toda a colaboração", tal como fez "nas investigações preliminares".
"A cadeia de comando da Força Aérea tem conhecimento desta investigação e está a assegurar toda a transparência e colaboração nas ações em curso", afirmou.
Rui Roque disse ainda que as ações de investigação desencadeadas hoje, cerca das 10:00, decorrem em "dez unidades" da Força Aérea no continente. Excetuam-se, disse, as unidades nos Açores e na Madeira e as três estações de radar do continente e o aeródromo número 1, em Ovar.
Questionado se foram detidos militares no âmbito desta operação, Rui Roque afirmou que, até ao momento [pelas 10:30], não tem conhecimento de qualquer detenção.
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