Em entrevista à Bloomberg, à margem do Fórum Económico Mundial de Davos, o ministro português das Finanças referiu que, apesar de estarem todos os cenários a ser preparados, é de “evitar um cenário de saída sem acordo, porque seria bastante negativo não apenas para a União Europeia, como especialmente para o Reino Unido".
“Todos devem estar cientes disso e trabalhar à mesa das negociações. Vamos continuar otimistas”, disse.
Mário Centeno lembrou haver ainda passos no processo que podem evitar o pior cenário, o que “seria um choque e muito negativo para a economia”, mas possível de responder tomando as “necessárias medidas legislativas”.
“É difícil tratar o Reino Unido como terceiro país [não membro da UE], mas acredite que estamos a preparar-nos para o fazer”, garantiu Centeno.
O ‘Brexit’, mas também as “incertezas em torno do orçamento italiano”, foram exemplos dados sobre as razões políticas para a “maioria dos riscos” que a economia tem acumulado nos últimos meses e que a “todos deve preocupar”.
Mas encontrada a origem, Centeno instou os políticos a resolverem as questões, afirmando esperar que desaceleramentos registados sejam temporários, mesmo o da produção na Alemanha, até porque continua a crescer e as “perspetivas no mercado laboral são muito positivas”.
O foco deve estar nesses aspetos positivos, argumentou, e sobre o orçamento italiano indicou que deve estar no cumprimento dos compromissos assumidos.
Sobre os bancos no país, nomeadamente de menor dimensão, o presidente do Eurogrupo referiu a necessidade de se manter o otimismo, mas sem deixar de afirmar preocupação com a situação.
Centeno afirmou ainda a importância das eleições europeias em maio e que está otimista quanto à União Bancária Europeia, no âmbito das reuniões bilaterais que tem mantido.
O responsável acredita que passos concretos podem ser dados até junho.
A comitiva portuguesa na reunião de Davos é liderada pelo ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira.
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