“Tenho enfatizado que a vacina estará disponível aqui no Butantan já em outubro. Em outubro receberemos cinco milhões de doses, em novembro mais cinco milhões de doses, e em dezembro mais cinco milhões de doses”, disse Dimas Covas, ao canal brasileiro de televisão GloboNews.
“Essas doses já estão sendo produzidas lá na China e, portanto, no final deste ano teremos 15 milhões de doses disponíveis”, acrescentou.
O Instituto Butantan, organização científica vinculada ao Governo regional de São Paulo que produz milhares de vacinas aplicadas em toda a população do país, firmou uma parceria com a Sinovac para testar a Coronavac num acordo que inclui também a transferência de tecnologia e produção do medicamento caso a sua eficácia seja comprovada.
A disponibilização desta vacina à população depende ainda da divulgação dos resultados dos testes clínicos, que já estão no terceiro e último estágio, e da sua aprovação junto da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão de controlo do Governo brasileiro.
Segundo Dimas Covas, as vacinas que o país receberá serão entregues ao Programa Nacional de Imunização, do Ministério da Saúde.
“Eu sou otimista, mas otimista com base nos dados, nos factos (…) É uma perspetiva que tem uma enorme chance de acontecer e a partir de janeiro nós termos essa vacina disponível”, afirmou Dimas Covas.
O Brasil também participa do programa de testes de um imunizante contra a covid-19 desenvolvido pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, e a farmacêutica AstraZeneca. Também estão em testes no país duas opções de vacina desenvolvidas pelas empresas BioNTech e Pfizer.
Na terça-feira, o Governo russo informou o registo de uma vacina contra a covid-19 chamada Sputnik V, desenvolvida no país europeu.
No mesmo dia, o Governo regional do estado brasileiro do Paraná, localizado na região sul, anunciou que está a negociar uma parceria para testar e fabricar a vacina russa caso a mesma comprove a sua eficácia e seja autorizada pelos órgãos reguladores e de controlo sanitário do país.
O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo número de infetados e de mortos (mais de 3,1 milhões de casos e 103.026 óbitos), depois dos Estados Unidos da América.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 743 mil mortos e infetou mais de 20,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
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