“As iniciativas procuram combater, o mais rapidamente possível, a mineração ilegal e outras atividades criminosas na região, impedindo o transporte aéreo e fluvial que abastece os grupos criminosos”, lê-se numa declaração da presidência brasileira.
Lula da Silva reuniu-se com vários ministros e o comandante da força aérea, Marcelo Damasceno, para discutir estas “ações de emergência” para a “proteção e assistência” do povo Yanomani.
Os Yanomani, na Amazónia brasileira, estão a atravessar uma grave crise humanitária e uma emergência sanitária declarada pelo Governo face a vários casos de desnutrição aguda e surtos de outras doenças.
“As ações procuram também impedir o acesso à região de pessoas não autorizadas pelas autoridades públicas, não só para prevenir atividades ilegais, mas também para evitar a propagação de doenças”, sublinhou a presidência.
O Governo brasileiro pretende “fornecer assistência nutricional e sanitária” com “alimentos adequados aos seus hábitos”, para além de dar segurança aos povos indígenas para poderem realizar as suas “atividades habituais” nas aldeias.
Entre as medidas está também o fornecimento de água potável para reduzir o impacto da contaminação por mercúrio dos rios.
Lula da Silva determinou ainda “que todas estas ações fossem levadas a cabo no menor tempo possível, a fim de conter a mortalidade e ajudar as famílias Yanomami”.
Esta situação levou o ministro da Justiça brasileiro, Flávio Dino, a ordenar uma investigação da Polícia Federal pelo provável crime de “genocídio” devido à falta de atenção ao povo Yanomami no anterior Governo de Jair Bolsonaro.
O Tribunal de Contas, um órgão de supervisão, também pediu para investigar a utilização do orçamento nacional para a saúde indígena durante o Governo de Bolsonaro, principalmente na reserva Yanomani, a maior do país com dez milhões de hectares e 27.000 povos indígenas.
Segundo o Ministério dos Povos Indígenas, criado pelo atual Governo do Brasil, pelo menos 570 crianças Yanomami morreram “devido à contaminação por mercúrio, desnutrição e fome” durante os últimos quatro anos.
O Ministério da Saúde indicou que mais de mil indígenas foram tratados em estado grave entre 20 e 23 de janeiro.
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