Em declarações à agência Lusa, Ricardo Rio acrescentou que o programa da CPC deverá ser formatado nos próximos meses, contendo “algumas das ideias” que faziam parte da candidatura a Capital Europeia da Cultura (CEC) em 2027.
“A CPC terá por base a nossa Estratégia Cultural 2030, mas, naturalmente, algumas das ideias da nossa candidatura a CEC também serão concretizadas”, referiu.
O Governo anunciou a criação, a partir de 2024, da figura da Capital Portuguesa da Cultura, que nos três primeiros anos será atribuída às três cidades finalistas vencidas na candidatura a CEC em 2027.
Assim, Aveiro será CPC em 2004, Braga em 2025 e Ponta Delgada em 2026, por acordo já selado entre os três municípios.
Cada CPC receberá um apoio de dois milhões de euros do Governo.
“Vamos ainda tentar mobilizar outros recursos financeiros, desde o mecenato até fundos comunitários, para a nossa Capital”, disse o autarca de Braga.
A cidade portuguesa escolhida para CEC em 2027 foi Évora.
No passado dia 07, quando foi anunciada a escolha de Évora como CEC 2027, o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, anunciou que Portugal passará a ter, a partir de 2024, anualmente, uma Capital Portuguesa da Cultura, com Aveiro, Braga e Ponta Delgada já escolhidas.
“Respondendo a um apelo, que me foi feito pelos quatro autarcas [das cidades finalistas da escolha portuguesa para Capital Europeia da Cultura 2027], criaremos a figura da Capital Portuguesa da Cultura, que nas três primeiras edições — 2024, 2025 e 2026 — serão as três cidades que não foram escolhidas” para CEC.
Segundo o ministro, o Governo, “numa colaboração [do Ministério da Cultura] com os ministérios da Economia e da Coesão Territorial, apoia com dois milhões de euros o programa da capital Portuguesa da Cultura, [apoio] que se repetirá por três anos”.
Esta decisão é, de acordo com Pedro Adão e Silva, “um reconhecimento merecido do trabalho feito, mas também uma aposta no futuro”.
“Em 2027 não teremos Capital Portuguesa da Cultura, porque haverá Capital Europeia da Cultura em Portugal, mas em 2028, com concurso aberto, haverá uma quinta cidade”.
Este anúncio de Pedro Adão e Silva pode ser entendido como resposta a uma proposta que as quatro cidades finalistas do processo de Capital Europeia da Cultura em 2027 fizeram ao Governo há escassos meses.
Em outubro, fonte oficial do Ministério da Cultura disse que Pedro Adão e Silva recebeu os presidentes das câmaras de Aveiro, Braga, Évora e Ponta Delgada a 28 de julho, tendo sido “encontrado um modelo de financiamento destinado a apoiar a cidade vencedora”.
Na reunião, os autarcas manifestaram interesse “na existência de alguma forma de apoio às cidades derrotadas”, referiu o ministério.
Em outubro, em declarações à Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio (PSD), disse que foi proposto que se recuperasse o estatuto de Capital Nacional da Cultura, com o objetivo de garantir a concretização de grande parte da programação prevista pelos três municípios que não ganharem a corrida para Capital Europeia da Cultura.
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