Depois de ter pedido uma reunião “com caráter de urgência” no sábado ao Governo para encontrar “medidas de mitigação dos efeitos financeiros desastrosos provocados pela escalada dos preços dos combustíveis”, o presidente da LBP, António Nunes, disse hoje que os bombeiros ainda não receberam qualquer resposta por parte dos ministérios da Saúde e da Administração Interna.
Na apresentação do relatório sobre o protocolo entre o INEM e os bombeiros para o socorro pré-hospitalar, António Nunes afirmou aos jornalistas que o aumento do preço dos combustíveis tem “um impacto muito negativo” nas despesas correntes das corporações de bombeiros.
Para fazer face a este aumento, a LBP solicitou reuniões ao Governo e apresentou “propostas concretas”, sublinhou o responsável, frisando que há “três instrumentos à mão” que podem ser de imediato concretizados.
Entre as propostas está, segundo António Nunes, a equiparação aos transportes públicos, acesso ao gasóleo verde e assinatura do despacho acordado entre a LBP e o Ministério da Saúde em novembro de 2021 para o transporte não urgente de doentes, que revia a tabela de 2011.
“As associações humanitárias existem há mais de 150 anos e nunca deixaram de socorrer as populações. Também não é agora que o vão fazer. Mas há um momento a partir do qual as associações humanitárias podem desaparecer se não houver receitas para pagar as despesas”, lamentou.
António Nunes recordou ainda que as associações humanitárias de bombeiros voluntários têm conseguido sobreviver graças aos apoios das autarquias.
Em Portugal, o gasóleo sofreu na segunda-feira um agravamento superior a 14 cêntimos por litro, enquanto a gasolina ficou cerca de oito cêntimos mais cara.
O Governo anunciou na sexta-feira à noite um conjunto de medidas avaliadas em mais de 165 milhões de euros e destinadas a mitigar o impacto deste agravamento dos combustíveis, entre as quais a subida do desconto no Autovoucher de cinco para 20 euros e a manutenção, até 30 de junho, da redução do ISP na gasolina e no gasóleo e do congelamento da taxa de carbono.
Ainda anunciado foi o prolongamento por mais três meses do apoio dado a táxis e autocarros (pagando agora 30 cêntimos por litro de combustível, em vez dos atuais 10), a atribuição de 150 milhões de euros da receita do Fundo Ambiental ao sistema elétrico nacional para baixar a tarifa de acesso às redes e o aumento do apoio individual para a aquisição de veículos elétricos de três para quatro mil euros, enquanto o montante anual subirá, este ano, para 10 milhões de euros.
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