“Houve uma homenagem à PJ, enquanto instituição, reconhecendo o trabalho que tem sido feito ao longo dos anos, na investigação do crime de fogo posto que tem uma relação muito direta connosco”, disse o presidente da LBP.
António Nunes elogiou o trabalho da PJ na “prevenção do crime de fogo posto de incêndio florestal”, assumindo uma “colaboração proativa” com os bombeiros, com “renovados padrões de investigação e obtenção de resultados”.
“Desde 1980, faleceram em serviço 236 bombeiros” e o papel das forças de segurança é “essencial para prevenir essas tragédias”, através da identificação de suspeitos de fogo posto, adiantou.
O diretor nacional da Polícia Judiciária, Luís Neves, afirmou, por seu turno tratar-se de uma “honra, um privilégio e um orgulho” receber o crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses em nome do coletivo da organização.
Luís Neves disse que a PJ está “cada vez mais disponível para ter todo o tipo de relação formativa” com os bombeiros, no quadro da cooperação interinstitucional.
Segundo Luís Neves, “muitas vezes, no passado, as estruturas do Estado viveram balcanizadas, cada um se fechava e se isolava, mas isso, nos últimos tempos, tem mudado e há hoje uma mutação no relacionamento entre as organizações que trabalham para o bem comum”.
Para o diretor nacional da PJ, os bombeiros são um desses casos, que contribuem com uma “ajuda relevante e decisiva” na investigação da origem dos fogos florestais porque “conhecem o meio, conhecem as pessoas e os suspeitos”.
“E estão onde nós não estamos”, afirmou, recordando que nos últimos anos têm sido detidos “relevantes incendiários, alguns deles responsáveis pelos maiores incêndios que grassaram no nosso país”.
“Os números serão depois divulgados, mas há um aumento”, afirmou Luís Neves.
Presente na cerimónia, a ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, disse que “esta distinção da Liga Bombeiros Portugueses à Polícia Judiciária e ao seu diretor nacional é muitíssimo relevante, porque é o reconhecimento de uma parceria que é uma parceria fundamental para os portugueses e portuguesas, pelo acréscimo de prevenção e combate à criminalidade nesta área dos incêndios”.
Segundo a governante, tem sido feito um “esforço muito grande para dar à Polícia Judiciária mais meios”, com aumento de 400 elementos ou os laboratórios de investigação.
“Tem havido um crescendo de condenações” na área da investigação de fogo posto porque a “prova tornou-se mais clara e mais consistente, graças ao investimento que tem sido feito nos mecanismos que permitem uma melhor investigação”, acrescentou a ministra.
Luís Neves recordou que este ano houve um incendiário condenado a 25 anos de prisão, “responsável pelos mais trágicos incêndios dos últimos anos no centro do país”, um sinal de que os meios de prova estão mais evoluídos.
Comentários