"Não está posta em causa, de forma alguma, o socorro às populações. Esse socorro continua a ser assegurado pelos bombeiros como até agora", afirmou à agência Lusa o presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Castelo Branco, José Neves.
O Conselho Nacional da Liga dos Bombeiros Voluntários (LBP) aprovou no sábado "por unanimidade e aclamação de pé" suspender toda a informação operacional aos Comandos Distritais de Operações de Socorro (CDOS) a partir das 00:00 de domingo.
Já o responsável pelo Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Castelo Branco disse que a gestão está a ser feita com toda a normalidade.
"Não está a haver qualquer transtorno. Só se notará se houver uma situação de um problema maior em que haja a necessidade de reforço de meios de nível local para o nível distrital e nacional. Daí que não se tenha perceção", afirmou Francisco Peraboa.
O comandante do CDOS de Castelo Branco adiantou que a maioria das 12 corporações de bombeiros do distrito está a reportar as ocorrências.
"Apenas as corporações de Castelo Branco, Sertã e Proença-a-Nova é que não estão a fazê-lo", frisou.
À Lusa, no entanto, o presidente da Federação dos Bombeiros sublinhou que, neste momento, as corporações deixaram de comunicar ao CDOS de Castelo Branco pontos de situação de ocorrências, saídas para ocorrências, o número de elementos que se deslocam, entre outros dados.
"Mais de 70% [das 12 corporações distritais] não estão a comunicar os dados. Neste momento, há ainda algumas que o estão a fazer por questões internas", explicou.
José Neves sublinhou que é importante que se perceba que quem possui os meios são os bombeiros e não a Proteção Civil.
"O que a Proteção Civil tem são salas de operações onde estão operadores a receber os dados que os bombeiros possuem e que disponibilizam. O que deixou de ser feito foi a disponibilização dessa informação", sustentou.
Este responsável realçou ainda que os bombeiros estão a cumprir com a legalidade.
"Não há qualquer obrigatoriedade de comunicar quando se fala no âmbito municipal de uma ocorrência. O responsável é o comandante do corpo de bombeiros que envia os meios e resolve a situação", disse.
A título de exemplo, adiantou que, no domingo, registaram-se no distrito incêndios urbanos e em mato, acidentes, um deles grave, sem quer tenha havido a necessidade de comunicar à Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) e sem que o socorro fosse posto em causa.
"Não estaremos representados oficialmente em qualquer cerimónia em que esteja um membro do Governo ou elemento da ANPC", concluiu.
Comentários