“Convido a todos, voluntariamente, a votar com a camisola verde e amarela. O que as forças armadas podem garantir é que o voto em verde e amarelo será garantido”, disse Bolsonaro.
O chefe de Estado falava numa intervenção nas redes sociais em que distorceu uma proposta rejeitada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de proibir os funcionários de zonas eleitorais de usarem camisolas da equipa de futebol do Brasil, normalmente vestida pelos seus apoiantes de campanha ou a favor do Governo.
“Vou ordenar às forças armadas, que vão participar da segurança, que não haja eleições em nenhum colégio eleitoral que proíba a entrada com a camisola verde e amarela”, acrescentou.
Conforme esclareceu o TSE, a lei eleitoral permite que o eleitor use crachás do tipo que pertencem ao seu partido ou candidato preferido. No entanto, os funcionários, membros e demais trabalhadores eleitorais estão proibidos de usar roupas ou qualquer outro acessório que faça propaganda política.
No entanto, Bolsonaro optou por distorcer o assunto e voltou a atacar o TSE e o juiz Alexandre de Moraes, que preside ao TSE nas eleições, a quem acusou de temer que o mundo visse como os brasileiros foram às urnas vestidos de verde e amarelo para contestar uma possível vitória do seu rival, o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Estamos em uma democracia ou no Estado de Alexandre de Moraes? Do que você tem medo? Qual é a preocupação que o mundo ver imagens do Brasil indo votar em verde e amarelo? Será que Lula aparece vencendo na primeira volta?”, questionou o Presidente brasileiro.
Por outro lado, a equipa de campanha de Bolsonaro também apresentou na quarta-feira ao TSE uma ação judicial para poder retirar de circulação um vídeo eleitoral feito pelo PT intitulado “Conheça Bolsonaro”, que já tem mais de oito milhões de visualizações.
O vídeo circula há alguns dias na televisão e na Internet e contém uma compilação nada animadora da carreira política e pessoal do líder brasileiro.
Segundo a queixa, o PT estaria quebrando todas as regras eleitorais ao “promover propaganda negativa com informações descontextualizadas”.
Poucos dias antes de os brasileiros votarem, o ex-presidente Lula da Silva continua liderando as mais recentes sondagens com cerca de 47% das intenções de voto.
Por sua vez, Bolsonaro tem cerca de 33% das intenções de voto e sua equipa de campanha espera inverter a situação hoje durante o último debate eleitoral televisivo, no qual também participarão Ciro Gomes e Simone Tebet, que são respetivamente o terceiro e a quarta colocada nas sondagens da corrida eleitoral.
Às presidenciais brasileiras concorrem 11 candidatos: Jair Bolsonaro, Luiz Inácio Lula da Silva, Ciro Gomes, Simone Tebet, Luís Felipe D’Ávila, Soraya Tronicke, Eymael, Padre Kelmon, Leonardo Pericles, Sofia Manzano e Vera Lúcia.
As eleições presidenciais no Brasil têm a primeira volta marcada para 02 de outubro e a segunda, caso seja necessária, para 30 de outubro.
Além do cargo de Presidente e vice-presidente, estão em jogo os governos dos 27 estados do país, a renovação completa da Câmara dos Deputados, a renovação parcial do Senado e das assembleias legislativas estaduais.
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