"Perante este poder absoluto das maiorias absolutas do PS em Lisboa, percebemos que o que era mais importante ficou por tratar", criticou o cabeça de lista do BE à Câmara Municipal de Lisboa durante a apresentação do programa da candidatura, intitulado "Prioridades para Lisboa, cidade partilhada".
O documento apresentado hoje no Museu de Lisboa, no campo Grande, debruça-se sobre 11 eixos, entre os quais a habitação, as taxas, os transportes, a transparência, o combate à pobreza, as escolas, a promoção do emprego e o combate à precariedade.
"Olhamos para os programas do PS em Lisboa nos últimos 10 anos? em 2007, em 2009, em 2013 e repetem-se as propostas, sobretudo estas na área da habitação, dos transportes, e percebemos que o que era mais importante ficou por fazer", vincou o candidato bloquista.
Dedicando boa parte da sua intervenção aos temas da habitação e dos transportes, que considerou como "urgências na cidade", Ricardo Robles criticou o atual presidente da Câmara Municipal de Lisboa, o socialista Fernando Medina por se apresentar "como o candidato 'agora é que é'".
Robles acrescentou que a candidatura de Medina aponta que "agora é que vai tratar" da habitação a custos acessíveis, da Carris e do Metro, das creches, dos parques dissuasores, mas "esse poder absoluto deixou tudo isto para trás nos últimos 10 anos".
Em contrapartida, assegurou o cabeça de lista, "o Bloco será essa força para garantir que estas prioridades são mesmo prioridades, são mesmo para cumprir".
Ricardo Robles lembrou que o seu partido foi o primeiro a apresentar as linhas programáticas, a 02 de maio.
"Apresentámos aquilo que achámos que eram as nossas principais prioridades para a cidade de Lisboa e depois iniciámos um processo participativo", que envolveu ciclos de debates e "centenas de pessoas e opiniões", apontou o candidato.
Este programa "é um resultado da participação" de pessoas que "tantas vezes se sentiram arredadas nos últimos anos de poder dar a sua opinião".
A apresentação contou com a presença do antigo líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, da deputada Mariana Mortágua e do líder da parlamentar bloquista, Pedro Filipe Soares, bem como da cabeça de lista do Bloco à Assembleia Municipal de Lisboa.
Na sua intervenção, Isabel Pires lembrou os problemas demográficos da cidade, que se encontra envelhecida, salientando que se sente que Lisboa "não acompanhou esta evolução demográfica e faltam hoje muitas respostas".
A candidata e deputada municipal aproveitou então para referir a proposta do programa eleitoral que contempla um "serviço municipal de apoio domiciliário que se expanda por todo o concelho" para os idosos e quem tem dificuldades no dia-a-dia.
"É uma resposta de proximidade para não deixar ninguém para trás", considerou.
Isabel Pires vincou que o Bloco vai a esta luta que se disputa a 01 de outubro "por uma Lisboa que seja verdadeiramente uma cidade partilhada".
No município de Lisboa, liderado pelo PS, foram também anunciadas as candidaturas de Assunção Cristas (CDS-PP), João Ferreira (CDU), Teresa Leal Coelho (PSD), Fernando Medina (PS), Inês Sousa Real (PAN), Joana Amaral Dias (Nós, Cidadãos!), Carlos Teixeira (independente apoiado pelo PDR e JPP), António Arruda (PURP) e José Pinto-Coelho (PNR).
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