Numa entrevista à agência noticiosa oficial russa RIA Novosti, Lukashenko explicou que os exercícios terão lugar em duas fases.
“Acordámos com o Presidente [Vladimir) Putin que, num futuro próximo, deveríamos realizar exercícios juntos na fronteira sul, na fronteira bielorrusso-ucraniana”, disse Lukashenko, citado pela agência de notícias espanhola EFE.
Lukashenko disse que os exercícios deverão realizar-se “em duas fases ao longo dos próximos dois meses”, começando no inverno.
“Está tudo pronto”, acrescentou.
Anteriormente, o Ministério da Defesa bielorrusso denunciou um aumento da atividade militar ucraniana na fronteira com a Bielorrússia.
A Ucrânia enviou recentemente 8.500 elementos das forças de segurança para a fronteira bielorrussa para evitar uma situação semelhante à que ocorreu na fronteira da Bielorrússia com a Polónia, onde se concentraram cerca de 2.000 migrantes para tentar entrar na União Europeia (UE).
A UE acusou Lukashenko de desencadear uma “guerra híbrida” ao enviar um grande número de imigrantes indocumentados para as suas fronteiras.
A Ucrânia receia que, no caso de um ataque russo, Moscovo utilize o território bielorrusso para invadir o país.
A tensão na região tem aumentado nas últimas semanas, com os países ocidentais a alertarem para a concentração de mais de 90.000 soldados russos na fronteira ucraniana.
Lukashenko já disse que se juntará à Rússia se houver um conflito deste país com a Ucrânia.
O líder bielorrusso também admitiu à RIA Novosti que poderá enviar mais 5.000 soldados para “cobrir o Sul”, ou seja, a zona junto à Ucrânia, que se juntarão aos 65.000 efetivos que as Forças Armadas da Bielorrússia já têm na região.
Numa altura de crescente tensão entre Kiev e Moscovo, o exército da Ucrânia anunciou hoje que um soldado ucraniano foi morto na linha da frente em confrontos com separatistas pró-russos no leste do país.
A morte eleva para 61 o número de soldados ucranianos mortos desde o início do ano naquela região, num conflito que já provocou 13.000 mortos desde 2014.
O incidente ocorreu na quarta-feira, e o exército ucraniano acusou os separatistas de terem disparado contra as suas posições com lança-granadas e metralhadoras de grande calibre, segundo a agência de notícias France-Presse.
A Ucrânia acusa a Rússia de prestar apoio financeiro e militar aos separatistas no conflito, que eclodiu pouco depois de Moscovo ter anexado a Crimeia, em 2014.
A Rússia nega as acusações, bem como a intenção de invadir a Ucrânia, um receio manifestado por Kiev e pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês).
Moscovo, por seu lado, acusa a Ucrânia de ser uma ameaça para a Rússia e a NATO de se querer expandir até às suas fronteiras.
Comentários