Questionado pela CBS sobre a possibilidade de suspender as sanções para convencer Teerão a voltar à mesa das negociações para salvar o acordo nuclear com o Irão, Joe Biden respondeu prontamente: “não”.

Segundo um trecho desta entrevista, a qual será transmitida integralmente esta tarde, a jornalista questionou Biden se os iranianos devem primeiro “deixar de fazer o enriquecimento do urânio” e o Presidente anuiu com um sinal de cabeça.

“Concorrência extrema” com China, mas não um conflito

Joe Biden disse ainda que a rivalidade com a China vai traduzir-se numa “concorrência extrema”, mas assegurou que quer evitar qualquer conflito entre as duas potências mundiais.

Biden diz que ainda não falou com o homólogo chinês, Xi Jiping, mas frisou não ter “nenhuma razão para não lhe telefonar” e que “há muito para falar”.

“Ele é muito inteligente, é muito duro. Ele não tem - e não digo isto como uma crítica, é apenas a realidade -, ele não tem um grama de democracia em si”, acrescentou o Presidente norte-americano na entrevista, que será divulgada ainda hoje.

“Sempre lhe disse que não precisamos de ter um conflito. Mas vai haver uma concorrência extrema. E não o vou fazer da maneira que ele sabe. E é por isso que ele também está a enviar sinais. Não o vou fazer da maneira que Trump o fez. Vamos concentrar-nos nas regras internacionais”, acrescentou.

A China é considerada por Washington como o seu principal adversário estratégico.

Apesar disso, no seu primeiro discurso sobre política externa, na semana passada, Joe Biden foi relativamente vago quanto ao assunto, prometendo apenas estar disposto a enfrentar “o avanço do autoritarismo, em particular as ambições crescentes da China”.

Biden disse então também que se vai empenhar, sem precisar, em “contrariar os abusos económicos da China” e os seus “atos de agressão” e que vai defender os direitos humanos, embora esteja determinado a trabalhar com Pequim “quando isso for do interesse dos Estados Unidos”.