A conversa telefónica entre os dois chefes de Estado teve a duração de sensivelmente 50 minutos e o Presidente norte-americano alertou Putin que Washington responderá “determinadamente” a qualquer invasão da Rússia à Ucrânia, revelou a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki.
Joe Biden defendeu ainda, perante o homólogo russo, que qualquer progresso diplomático implica uma “desescalada” de Moscovo na Ucrânia.
Segundo o Kremlin, Putin ficou “satisfeito” com a conversa “franca” e “objetiva” com Joe Biden.
Mas o chefe de Estado russo alertou o norte-americano de que sanções duras contra Moscovo, relacionadas com a Ucrânia, seriam um “erro colossal”, referiu o assessor do Kremlin, Yuri Ushakov.
"[Possíveis sanções] Podem levar a um colapso total das relações entre os nossos países. Isso prejudicaria seriamente as relações entre a Rússia e o Ocidente", acrescentou a diplomacia russa.
Este diálogo aconteceu duas semanas antes das negociações entre os dois países, agendadas para 10 de janeiro em Genebra, sobre tratados de controlo de armas nucleares e sobre a situação na fronteira russo-ucraniana, onde o Ocidente acusa Moscovo de reunir tropas para um possível ataque.
A administração Biden continua a consultar os seus "aliados e parceiros europeus" em resposta à "acumulação de militares da Rússia na fronteira com a Ucrânia", tinha referido a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Emily Horne, no comunicado em que anunciou o telefonema entre os dois chefes de Estado.
Já o Presidente russo, Vladimir Putin, disse na véspera da conversa estar convencido de que é possível um diálogo eficaz com os Estados Unidos.
"Estou convencido (...) de que podemos avançar e forjar um diálogo russo-americano eficaz baseado no respeito mútuo e na consideração dos interesses nacionais uns dos outros", escreveu Putin num telegrama divulgado pela presidência russa, segundo a agência de notícias France-Presse.
Esta foi a segunda conversa telefónica entre os dois líderes em menos de um mês. No início de dezembro, Joe Biden ameaçou Vladimir Putin com sanções "como nunca viu", em caso de ataque à Ucrânia.
Moscovo, que diz estar a agir apenas em resposta ao que descreve como hostilidade ocidental, apresentou recentemente dois projetos de tratados destinados a impedir qualquer alargamento da NATO, incluindo à Ucrânia, e a pôr fim às atividades militares ocidentais perto das fronteiras da Rússia.
Num sinal de que as conversações de 10 de janeiro serão duras, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, já descartou quaisquer "concessões".
Os Estados Unidos, por seu turno, já tinham avisado que alguns pedidos russos eram "inaceitáveis".
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