O Banco de Portugal reviu em alta de 1,9 pontos percentuais (pp.) a previsão da taxa de inflação para este ano, para 7,8%, o valor mais elevado desde 1993, refletindo as crescentes pressões externas sobre os preços.
No Boletim Económico de outubro, divulgado hoje, o Banco de Portugal (BdP) prevê que o Índice harmonizado de preços no consumidor atinja 7,8% este ano, uma revisão em alta face aos 5,9% previstos em junho, mas ainda assim abaixo da zona euro.
O regulador explica que as pressões inflacionistas permanecem elevadas na segunda metade do ano, apesar de alguns sinais de alívio, o que, estima, levará a taxa a manter-se acima de 9% neste período, atingindo o ponto máximo no terceiro trimestre (9,5%) e diminuindo ligeiramente no final do ano.
Já no que diz respeito à economia, o BdP melhorou as perspetivas de crescimento deste ano em 0,4 pp. para 6,7%, assinalando uma recuperação do nível pré-pandemia no primeiro trimestre, mas um abrandamento posterior, que se irá refletir em 2023.
No Boletim Económico de outubro, divulgado hoje, a instituição liderada por Mário Centeno apenas apresenta previsões para este ano, mas assinala o impacto em 2023 do abrandamento do crescimento económico registado a partir do segundo trimestre.
“Os efeitos negativos da agressão militar russa na Ucrânia foram-se acentuando ao longo do ano, implicando uma relativa estabilização da atividade a partir do segundo trimestre. Estes efeitos serão mais notórios em 2023, antecipando-se uma desaceleração significativa face a 2022, desde logo com um efeito de arrastamento que passa de 3,9 pp. [pontos percentuais] para 0,5 pp.”, pode ler-se.
No entanto, para este ano a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) é revista em alta de 0,4 pp. face a junho para 6,7%, com a economia portuguesa a “beneficiar da recuperação do turismo e do consumo privado”.
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