De acordo com a imprensa internacional, 2017 não será um ano propício a apostas audazes, ao se assinalar um ano desde a atribuição do galardão ao cantor e compositor Bob Dylan, levando a crer que o prémio fique reservado a um escritor "tradicional" e já incluído em listas anteriores, baseadas no serviço de apostas Ladbrokes.
O jornal britânico The Guardian, assim como a revista norte-americana The New Republic concordam que a escritora canadiana Margaret Atwood venha a ser distinguida pela Academia Sueca, depois da adaptação televisiva da obra "A História de Uma Serva" (1985) ter conquistado oito Emmys, na cerimónia de 17 de setembro, entre os quais o de melhor série dramática, melhor argumento (Bruce Miller), melhor realização (Reed Morano) e melhores atrizes principal e secundária - Elisabeth Moss e Ann Dowd -, respetivamente.
Igualmente alvo de destaque são o japonês Haruki Murakami, responsável por títulos como "Kafka à Beira-mar" (2002) ou "1Q84" (2010) - um favorito recorrente -, juntamente com o queniano Ngũgĩ wa Thiong’o, colocado no topo da lista de apostas do 'site' Ladbrokes no ano passado e que conta com tradução em Portugal desde 1970, aquando da publicação das narrativas "Não Chores, Menino" (1964), "Um Grão de Trigo" (1967) ou "Pétalas de Sangue" (1979) pelas editoras Caminho e Edições 70. O segundo lugar de 2016 pertenceu ao norte-americano Philip Roth, outro dos candidatos dados como crónicos a vencer um dos galardões mais prestigiantes no âmbito da literatura.
António Lobo Antunes é o único português que volta a constar da presente lista de apostas, sendo que, há um ano, ocupava a 15.ª posição, de entre 88 escritores. Caso a vitória deste se concretize, Lobo Antunes irá juntar-se a José Saramago, com o comité de 1998 a elegê-lo devido "às suas parábolas seguras pela imaginação, compaixão e ironia que continuamente nos permitem apreender uma realidade ilusória".
O moçambicano Mia Couto chegou também a ser considerado para receber o galardão sueco, depois de ter sido eleito pelo júri da Bienal Internacional de Literatura Neustadt para receber um prémio apelidado de "Nobel Americano", em 2013.
Adicionalmente, indicados na lista de selecionados mais prováveis da publicação The New Republic encontram-se os espanhóis Javier Marias e Enrique Vila-Matas, o autor Rohinton Mistry, natural da Índia, o italiano Claudio Magris e os israelitas Amos Oz e David Grossman - este último já galardoado com o The Man Booker Prize de 2017 pelo seu trabalho "A Horse Walks Into a Bar" (2014), traduzido em inglês, no ano de 2016.
A personalidade vencedora do Prémio Nobel da Literatura de 2017 será conhecida nesta quinta-feira, numa transmissão em direto na plataforma 'online' da Real Academia Sueca, marcada para as 12:00 (hora de Lisboa).
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