Na apresentação de um programa eleitoral com 112 medidas, distribuídas por quatro eixos chave - "Cidade Inclusiva", "Cidade Amigável", "Cidade Liderante" e "Cidade Dinâmica" - Manuel Pizarro deixou recados para os seus adversários, sobretudo para o independente Rui Moreira.
"Vi hoje numa entrevista a um diário que o doutor Rui Moreira está muito assustado com as condições de governabilidade futura da Câmara do Porto. Não gosto de ver pessoas assustadas e até acho que não é normal que um portuense se sinta assustado (…). Não há nenhum drama de governabilidade e nenhuma razão para ter medo do julgamento que os cidadãos do Porto vão fazer no dia 01 de outubro. Eu cá estou muito confiante nesse julgamento e nesse resultado", disse o candidato socialista.
Manuel Pizarro, que no início do seu discurso disse que "até podia tentar discutir o programa eleitoral de Rui Moreira", mas que o "problema é que não há programa eleitoral para discutir", referiu que cada candidato tem "obrigação de dizer ao que vem" e reiterou a confiança na vitória, lembrando a sua passagem pela Câmara enquanto vereador.
"Tenho muita confiança porque em relação ao programa que apresentamos em 2013, com o PS em minoria na Câmara, fomos capazes de executar e deixar em marcha mais de 87% das medidas que tínhamos proposto. Seguramente com o PS a governar a Câmara, vamos fazer ainda mais", disse Manuel Pizarro.
O cabeça de lista do PS apontou que um dos aspetos que distingue a sua candidatura é "o espírito descentralizador", apontando como medidas as parcerias com outras instituições. E, voltado para os candidatos às Juntas de Freguesia, garantiu: "Vão ter mais meios e muitas mais competências".
"Só o PS faz nestas eleições um discurso metropolitano", disse também Manuel Pizarro, destacando nesse capítulo medidas ligadas aos transportes, atração de investimento e ambiente.
Voltando a declarações de Rui Moreira, o socialista disse ser "um bocadinho demais dizer que é igual o relacionamento com um Governo de Pedro Passos Coelho face a um liderado por António Costa", atirando perguntas em forma de exemplos.
"É igual o relacionamento com um Governo que queria vender os Mirós num leilão em Londres ou com um Governo que deu os Mirós à cidade do Porto? (…) É igual o relacionamento com um Governo que queria privatizar a STCP e degradou o serviço ou com um Governo que entregou o serviço aos Municípios da Área Metropolitana do Porto?", disse Manuel Pizarro.
Já para o final da sua intervenção ficou uma achega à candidatura liderada por Álvaro Almeida (PSD/PPM): "Nas eleições anteriores muitos cidadãos foram impelidos a fazer um voto útil para afastar o perigo do despesismo do PSD de Vila Nova de Gaia [referindo-se ao facto do ex-presidente da Câmara de Gaia, Luís Filipe Menezes, ter concorrido ao Porto, em 2013]. Não quero antecipar-me ao julgamento das pessoas, mas acho que é razoável dizer que não há nenhum perigo de o PSD vencer as eleições (…) o que significa que para garantir condições de governabilidade na cidade há um voto útil, o voto no PS", frisou.
São candidatos à Câmara do Porto nas eleições autárquicas de 01 de outubro o independente Rui Moreira, apoiado pelo CDS-PP e MPT, Manuel Pizarro (PS), Álvaro Almeida (coligação PSD/PPM), Ilda Figueiredo (CDU), João Teixeira Lopes (BE), Bebiana Cunha (PAN), Costa Pereira (PTP), Sandra Martins (PNR), e Orlando Cruz (PPV/CDC).
As eleições autárquicas estão marcadas para 1 de outubro.
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