O PSD e o CDS-PP assinaram hoje, em Lisboa, um acordo-quadro que enquadra as regras das coligações locais entre os dois partidos.
Na apresentação do acordo-quadro, os dois líderes apresentaram-se lado a lado, mas acabaram por ser confrontados pelos jornalistas com algumas questões em que divergem.
Uma delas foi a candidatura à Câmara Municipal do Porto, uma vez que os centristas vão apoiar o atual autarca independente, Rui Moreia, e o PSD apresentará um candidato próprio.
“O CDS apoia a recandidatura, se tiver lugar, do presidente Rui Moreira à semelhança do que já fizemos nas eleições anteriores”, afirmou o presidente do CDS, salientando que os centristas têm “contribuído para a governação autárquica da cidade há bastantes anos de forma ininterrupta”.
O líder centrista disse que não vê “razão rigorosamente nenhuma para, de acordo com o legado, com o património que foi acumulado ao longo dos últimos anos para romper com este entendimento”, porque “é uma boa solução para o Porto”.
Já o presidente do PSD atirou que “já foi explicado 1.789 vezes que não” vai existir coligação PSD/CDS-PP no Porto.
Questionados se esperam atritos durante a campanha, o presidente do PSD afirmou que não lhe parece “que isso vá acontecer”.
Ainda assim, Rui Rio prometeu “uma campanha agressiva” contra Rui Moreira, e deixou um desafio ao líder do CDS: “e quem sabe se o CDS até não acabar por nos dar razão até, a dada altura”.
De seguida, Francisco Rodrigues dos Santos insistiu que “o CDS tem um apoio determinado e convicto a Rui Moreira” e defendeu que “ninguém tem de encarar com estranheza” este apoio.
Salientando que “há muitos concelhos em que o PSD e o CDS estarão em lados opostos da barricada”, o presidente centrista recusou que daí “advenha algum atrito”, pois “faz parte do jogo das eleições”.
Já em Lisboa, o social-democrata Carlos Moedas será o candidato dos dois partidos.
Questionados sobre as listas de candidatos à Câmara e Assembleia Municipal, Rio recusou “jamais interferir” na elaboração da lista, e Rodrigues dos Santos adiantou que as negociações “estão a decorrer de forma bilateral” e “estão bem encaminhadas” e defendeu que o resultado “representará o justo peso que o CDS representa na autarquia, medindo pelo número de mandatos” que o CDS tem.
O líder do CDS-PP foi questionado também sobre a proposta do PSD para adiamento das eleições autárquicas, tendo anunciado que o partido se vai abster na votação marcada para 25 de março no parlamento.
Apesar de não excluir essa hipótese, Francisco Rodrigues dos Santos argumentou que ainda é prematuro “tomar uma decisão definitiva” e salientou que o CDS quer “aguardar até ao início do verão para compreender como vai evoluir a vacinação em Portugal e a própria situação pandémica” para tomar uma decisão “mais adequada à circunstância do país”.
Já Rui Rio defendeu a proposta e observou que os atrasos na vacinação vão “atrasar o objetivo pretendido, tendo apelado “às consciências”.
O social-democrata argumentou que o facto de as eleições autárquicas se realizarem entre o final de setembro e início de outubro vai “ajudar fortemente os que estão no poder” e defendeu que, se não for possível fazer campanha eleitoral da forma tradicional devido à pandemia, seria “prudente dar aqui uma folga para que as eleições fossem totalmente transparentes” e “iguais para todos”.
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