"Sou candidata à Câmara Municipal de Lisboa, serei e continuarei a ser, os outros partidos certamente têm de decidir, dentro das suas casas, que eu respeito muitíssimo, qual é a estratégia que querem desenhar, se querem uma estratégia de coligação, se não querem, se querem uma estratégia de candidato próprio, que é o mais natural", afirmou Assunção Cristas aos jornalistas.
Questionada se aceitaria liderar uma coligação com outros partidos, numa altura em que o social-democrata Pedro Santana Lopes anunciou que não será candidato, a líder centrista respondeu: "Eu sou candidata a presidente da Câmara de Lisboa, com o CDS, ou com o CDS e outros partidos".
"Se o PSD quiser apoiar, com certeza que haveremos de conversar", afirmou igualmente, sempre sublinhando que a decisão do CDS para a capital foi tomada "há muito tempo e não há nenhum motivo para a alterar".
Na sua intervenção, num almoço de lançamento do livro "40 anos no parlamento, discursos com história", Cristas disse que os centristas devem estar "particularmente empenhados" nas eleições autárquicas de 2017, "por pragmatismo e por convicção".
"Por pragmatismo, porque esta é a data que está marcada e não qualquer outra. Por convicção, porque se queremos ter as pessoas no centro das nossas preocupações, então, também temos de estar ao lado delas no caminho autárquico", afirmou.
"Orgulhamo-nos de já termos sido um grande partido autárquico, de termos tido um momento menos feliz mas de termos retomado uma rota crescente", acrescentou.
A presidente centrista argumentou que, "se dúvidas houvesse, as últimas eleições, que foram as regionais nos Açores, mostraram como, pela primeira vez, num concelho, o CDS foi a força política mais votada".
"Esse concelho foi o concelho de Velas, onde o CDS governa a Câmara e governa muitíssimo bem", disse.
Assunção Cristas apontou o caminho, sem recusar as dificuldades para os centristas, que presidem atualmente a cinco câmaras municipais em todo o país: "Sabemos que se este é um terreno difícil, é certamente um terreno para abraçarmos com todo o entusiasmo e todo o ânimo e é isso que estamos a fazer".
O CDS preside às autarquias de Ponte de Lima, Velas, Santana, Albergaria e Vale de Câmara.
Antes de Assunção Cristas, discursaram na sessão de apresentação do livro o líder parlamentar, Nuno Magalhães, e o vice-presidente da bancada Telmo Correia.
"Não pretende ser nostálgico, revisionista ou petulante, pretende celebrar a humildade, diversidade e buscar um futuro melhor e, para isso, é preciso conhecer o passado", salientou Nuno Magalhães, que destacou características presentes nos vários discursos do livro - "sentido crítico, diversidade, por vezes imprevisibilidade, mas sempre inteligência".
Telmo Correia, que saudou o "gosto" em rever o anterior líder do CDS-PP Paulo Portas, destacou a "montra" que os grupos parlamentares centristas sempre foram do partido e explicou que o critério de organização do livro foi o das personalidades: "Temos todos os líderes parlamentares, mas também aqueles que foram membros do Governo em nome do CDS", como António Pires de Lima, Luís Nobre Guedes, Celeste Cardona, todos presentes neste almoço.
"Este livro representa muito o que nós somos - em todos os discursos perpassa um profundo sentido patriótico, um partido que, ainda que com ‘nuances', quer ser europeu, de matriz democrata-cristã (…). Um partido muitas vezes à frente do seu próprio tempo", resumiu Telmo Correia, que pediu que este livro seja apenas o primeiro de uma série de documentos que reúnam, no presente e futuro, os discursos dos parlamentares do CDS.
Na ‘mesa de honra', onde estavam a presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, e o anterior líder Paulo Portas, sentou-se entre os dois Francisco Oliveira Dias, o único presidente da Assembleia da República indicado pelo CDS.
Ainda nesta mesa, estavam outro ex-líder do CDS José Ribeiro e Castro, o atual líder parlamentar Nuno Magalhães e anteriores presidentes da bancada como Nuno Melo, Mota Soares, Telmo Correia, Diogo Feio, Lobo Xavier, Nogueira de Brito ou Luís Queiró.
À saída, Paulo Portas não quis prestar declarações aos jornalistas, despedindo-se apenas com desejos de "um santo Natal".
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