“Às vezes, custa-me [ver] tantas comissões que se fazem na Assembleia da República e aqui temos uma matéria que era suficiente para que fosse analisada no âmbito de uma comissão da Assembleia da República”, afirmou o autarca.
José Alberto Guerreiro, que falava aos jornalistas no final de uma reunião de coordenação da ‘task force’ do concelho que acompanha a situação da pandemia de covid-19, indicou que a câmara e a assembleia municipal já tomaram posição sobre o assunto.
“Quando uma assembleia municipal toma deliberações por unanimidade, e essa unanimidade é obtida no espetro político que é aquele que quase que representa a Assembleia da República, porque é que não acontecem coisas?”, perguntou.
Questionando o motivo pelo qual “não dão atenção” aos alertas dos órgãos autárquicos do concelho, o presidente do município considerou que “nunca é tarde” para se tomar “atenção a estas matérias e discuti-las”.
“Não pode continuar a acontecer, porque, a coberto da atividade agrícola, há um conjunto de negócios estranhos, em que inclusivamente se procedam a transações de habitações e de automóveis de alta cilindrada em notas”, disse.
O autarca alentejano sublinhou que “não pode ficar indiferente” às situações que lhe foram descritas, mas realçou que “quem tem que investigar, se é verdade ou não, são as autoridades”.
No domingo, José Alberto Guerreiro revelou que apresentou uma denúncia sobre situações que considerou suspeitas que estão na base da existência de “muitos trabalhadores migrantes” no concelho de Odemira.
O Governo decidiu decretar uma cerca sanitária às freguesias de São Teotónio e de Almograve, no concelho de Odemira, devido à elevada incidência de casos de covid-19, sobretudo entre trabalhadores do setor agrícola, anunciou o primeiro-ministro, António Costa, na quinta-feira à noite.
O chefe do Governo sublinhou também que “alguma população vive em situações de insalubridade habitacional inadmissível, com hipersobrelotação das habitações”, relatando situações de “risco enorme para a saúde pública, para além de uma violação gritante dos direitos humanos”.
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