De acordo com os dados fornecidos pela Comissão Eleitoral Central às 18:00 locais (10:00 em Lisboa), com cerca de 4% dos votos escrutinados, Tsai obtém 163.376 votos, 57,1 por cento, enquanto Han alcança 112.569 apoios, 39%.
Com a mesma percentagem de votos contados, o partido de Tsai, o Partido Progressista Democrático (PPD) consegue nas simultâneas eleições parlamentares 37% dos votos contra 35% do Kuomintang de Han Kuo-yu.
Uma das incógnitas destas eleições era saber se, além da esperada vitória de Tsai, o PPD alcançaria também a maioria no Parlamento de Taiwan, facto que os analistas consideravam mais complicado.
Cerca de 19 milhões de eleitores foram hoje chamados a votar nas eleições presidenciais em Taiwan, dominadas pelo futuro das relações entre a ilha e Pequim, tendo as assembleias de voto aberto às 08:00 (00:00 em Lisboa) e fechado às 16:00 (08:00 em Lisboa).
A contagem dos votos começou de imediato, sendo esperados os resultados ao princípio da noite.
Numa ilha com mais de 23 milhões de habitantes, a escolha do futuro líder joga-se hoje entre a Presidente cessante e o principal adversário Han Kuo-yu, ou entre duas visões divergentes sobre o futuro do território, politicamente autónomo do resto da China há sete décadas.
No poder desde 2016, Tsai candidata-se à reeleição e apresenta-se como o garante dos valores democráticos face a Pequim.
“Vamos votar e vamos dizer ao mundo a determinação de Taiwan na defesa da soberania, na manutenção da democracia e na continuação das reformas”, disse Tsai, no último comício da campanha eleitoral, na sexta-feira à noite.
No mesmo dia, Han Kuo-yu, do Partido Nacionalista (Kuomintang, oposição), defendeu que Taiwan deve estar mais aberto às negociações com a China.
No seu último comício da campanha, que juntou centenas de milhares de pessoas na segunda maior cidade do país, Kaohsiung, Han destacou questões práticas como a melhoria da educação e da economia.
“Quero atrair investimentos maciços. Quero produtos a serem exportados sem parar”, afirmou.
Nos últimos dez dias de campanha, é proibida a divulgação de sondagens na ilha, mas até lá, Tsai era dada como favorita à vitória, com um avanço confortável sobre Han.
Um terceiro candidato, o conservador James Soong, de 77 anos, apresenta-se pelo Partido Primeiro o Povo, um movimento favorável a Pequim, a quem as sondagens dão apenas 7% dos votos.
Além da popularidade dos candidatos ou das promessas eleitorais para reforçar o crescimento económico, os eleitores de Taiwan vão sobretudo escolher o futuro imediato da ilha em relação a Pequim.
Em 2019, Taiwan voltou a perder aliados diplomáticos a favor da China, até ficar com os atuais 15, num ano marcado pelo impacto na ilha dos protestos antigovernamentais em Hong Kong e pela maior aproximação com Washington.
Tsai Ing-wen rejeitou o chamado “princípio de uma só China”, mediante o qual só existe uma China, abarcando a ilha e o continente, o que levou Pequim e Taipé a reclamar a totalidade do território.
“As relações eram pacíficas até que Tsai chegou ao poder. Se voltar a ganhar, vai continuar uma espécie de ‘paz fria’ ou de ‘confrontação fria'”, afirmou o diretor do Centro de Estudos de Taiwan da Universidade Jiao Tong em Xangai Lin Gang.
Em resposta, Pequim ofereceu medidas para multiplicar os vínculos económicos e culturais, insistindo, ao mesmo tempo, na reunificação.
No ano passado, o Presidente chinês, Xi Jinping, insistiu na possibilidade de uso de força e lembrou que não será tolerada “qualquer ação para dividir o país”.
A República Popular da China vê a República da China (nome oficial de Taiwan) como una província rebelde desde 1949, altura em que as tropas comunistas de Mao Zedong derrotaram Chiang Kai-shek, então líder do KMT.
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