O jornal Clarín divulgou na sua página na Internet que um grupo de pelo menos nove encapuzados arremessou sete ou oito bombas incendiárias improvisadas ('cocktail molotov') na madrugada de terça-feira contra uma das entradas do edifício onde está instalada a sede do grupo, em Buenos Aires.
A fachada do edifício ficou afetada pelo fogo, mas não há registo de feridos ou danos materiais, noticia a agência EFE.
O incidente, que ocorreu quando o edifício estava encerrado, foi registado pelas câmaras de segurança.
O Presidente argentino, Alberto Fernández, destacou através da rede social Twitter que “a violência altera sempre a convivência democrática”.
“Esperamos que os fatos sejam esclarecidos e os autores sejam identificados a partir das investigações em andamento”, atirou.
Também o seu antecessor, Mauricio Macri (2015-2019), apontou o ataque como “uma tentativa gravíssima de intimidar toda a comunicação social”.
“É um ato inaceitável que lembra as práticas violentas do passado. Repudio a agressão e envio a minha solidariedade. Que o Governo e a Justiça esclareçam o ocorrido e prendam os responsáveis”, referiu.
A Associação Interamericana de Imprensa (SIP), que tem sede em Miami, nos Estados Unidos, instou, em comunicado, as autoridades a investigarem de imediato o ataque e a responsabilizarem criminalmente os autores.
Na nota assinada pelo presidente da SIP, Carlos Jornet, é condenado o “violento atentado que visa intimidar e constitui uma grave violação da liberdade de imprensa”.
“Lamentamos o ataque e esperamos que o mais rapidamente possível as autoridades cumpram o seu dever de investigar, encontrar e levar os autores à justiça”, acrescentou.
Também o Grupo Clarín lamentou e condenou o “grave acontecimento que, à primeira vista, surge como uma expressão violenta de intolerância contra um meio de comunicação”.
“Pensava que este tipo de episódios na Argentina já tinham sido superados e que tínhamos aprendido com os nossos erros, mas parece que não. Parece que estamos a começar tudo de novo”, frisou à agência Efe o editor-chefe do jornal Clarín, Ricardo Kirschbaum, relembrando o ataque à sede daquele órgão em 1973.
O responsável revelou ainda que algumas impressões digitais ficaram em artefactos que não explodiram e que uma das possibilidades é que os autores sejam estrangeiros.
Os 'cocktail molotov' atingiram a fachada e a porta de entrada do prédio do Grupo Clarín, o que deu origem a um incêndio, segundo noticiaram órgãos de comunicação local.
Quando os bombeiros chegaram ao local os focos de incêndio já estavam extintos.
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