De acordo com dados apresentados pelo gabinete do presidente da Assembleia Geral, este número é ainda inferior ao do ano passado, quando 23 mulheres falaram num total de 190 oradores, o que evidencia a incapacidade da ONU de avançar com um dos “objetivos do milénio”, que é reforçar o número de mulheres em órgãos de tomada de decisão.
No total, discursaram ao longo da semana de alto nível da ONU 88 chefes de Estado e 42 chefes de Governo, e o resto das delegações foram chefiadas por ministros dos Negócios Estrangeiros, vice-ministros ou, em alguns casos pelo embaixador na ONU.
Marrocos foi um dos seis países que optaram por ser representados pelos seus embaixadores no fórum mais importante da diplomacia mundial.
Foi Omar Hilale, embaixador marroquino na ONU há 15 anos, quem falou, sendo o último país a fazê-lo na sessão deste ano da Assembleia Geral.
Foi a primeira vez em muitos anos que Marrocos optou por uma representação tão baixa.
Apenas cinco outros países – Vanuatu, Canadá, São Marino, Benim e Coreia do Norte – optaram por ser representados pelos seus embaixadores junto da ONU.
No caso do Canadá, o primeiro-ministro Justin Trudeau participou na semana passada em vários eventos paralelos e manteve uma intensa agenda de contactos, deixando contudo a intervenção do país para o seu embaixador.
Já a sub-representação das mulheres é um problema recorrente devido, sobretudo, à escassez de mulheres em cargos de chefe de Estado e de Governo em todo o mundo, situação que a ONU denuncia há anos – embora o seu secretariado-geral nunca tenha sido liderado por uma mulher.
De acordo com os últimos números da ONU Mulheres, apenas 15 países no mundo têm uma mulher chefe de Estado e 16 têm uma mulher chefe de Governo. Ao ritmo atual, seriam necessários 130 anos para alcançar a igualdade de género nesta área.
A percentagem melhora ligeiramente a nível ministerial: 22,8% dos ministros no mundo são mulheres, e apenas 14 países conseguiram alcançar a paridade ministerial, embora quase sempre em pastas como “Família” ou “Assuntos Sociais”.
Quanto aos Parlamentos nacionais, as mulheres conseguiram ultrapassar um quarto do total de assentos: representam agora 26,5% em todo o mundo, em comparação com 11% em 1995. Este aumento deve-se em grande parte à introdução de quotas de representação feminina em muitos países.
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