Em 2017, os técnicos da APAV fizeram 40.928 atendimentos, sendo que 16.033 diziam respeito a casos de violência doméstica, segundo dados do Relatório Anual de 2017 hoje divulgado pela associação.
Assim, os casos de violência doméstica continuam a ser a principal razão pela qual as pessoas contactam a APAV, representando três em cada quatro atendimentos (75,7%).
Tendo em conta todos os crimes, a APAV identificou 9.176 vítimas, sendo que 3.948 diziam respeito a violência doméstica.
As mulheres continuam a ser maioria das vítimas (3.558) dos crimes que envolvem relacionamentos de cariz amoroso, mas também houve 285 homens que sofreram nas mãos das companheiras.
Os serviços da APAV receberam ainda 75 queixas de casos de violência doméstica de pessoas que tinham um relacionamento com alguém do mesmo sexo, não havendo grande diferença entre casais de homens (37) ou de mulheres (38).
Os dados hoje revelados revelam um padrão que já é conhecido: as mulheres na casa dos 43 anos são as principais vítimas e, regra geral, sofrem agressões por parte dos maridos ou companheiros.
Também existe um grupo de mulheres que se conseguiu separar, mas continua a sofrer agressões do ex-companheiro (16,5%).
É dentro de casa que acontece a maioria dos crimes: cerca de metade dos casos (52,4%) ocorre na residência comum do casal e em 14,9% dos casos a vítima e agressor não vivem juntos e o crime acontece em casa da vítima.
A maioria dos casos que chegam ao conhecimento da APAV não diz respeito a uma primeira situação de agressão, mas sim a um processo continuado. Muitas vezes, são vítimas há pelo menos dois anos, havendo muitos casos em que os crimes acontecem entre há dois e sete anos.
Tendo em conta todos os crimes, em 2017 foram registados um total de 40.928 atendimentos, firmados em 12.086 processos de apoio, tendo sido identificadas 9.176 vítimas e 21.161 crimes e outras formas de violência.
A APAV registou um total de 9.481 autores de crime, sendo que mais de 80% eram do sexo masculino e tinham idades compreendidas entre os 35 e os 54 anos (23,3%).
Segundo os dados recolhidos, cerca de 30% eram casados e possuíam uma ocupação profissional (32,1%), sendo que o tipo de vitimação continuada foi o mais registado em 2017, representando 75% dos casos.
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